Os ministros de Agricultura das Américas se comprometeram a combater a Peste Suína Africana com iniciativas nacionais e hemisféricas e de forma coordenada. O compromisso foi firmado na Conferência de Ministros de Agricultura das Américas 2021/Junta Interamericana de Agricultura (JIA), realizada nesta semana, em San José, na Costa Rica.
A doença foi detectada na República Dominicana e suscitou preocupações em toda a região devido ao seu potencial efeito sobre a produção suína. No evento, o ministro da Agricultura da República Dominicana, Limber Cruz, informou sobre a situação atual e ações em curso em seu país, que notificou oficialmente o aparecimento da doença em seu território em julho.
Os ministros dos 34 países integrantes do IICA se comprometeram a realizar ações conjuntas com a colaboração de organizações internacionais ligadas à produção de alimentos e à saúde animal. Além disso, solicitaram ao diretor-geral do IICA, Manuel Otero, que apoie o desenvolvimento e a execução de projetos e ações binacionais, e implementação de planos de trabalho definidos nos espaços sub regionais, com o objetivo de erradicar os surtos e prevenir e conter a propagação. do vírus, para que o Hemisfério recupere a condição de livre da Peste Suína Africana.
“Precisamos estar atentos pois, apesar de não ser transmissível aos humanos, a Peste Suína Africana poderá impactar a economia de nosso continente e as vidas de nossas populações. Uma ação coordenada entre nossos países é essencial”, ressaltou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, que assumiu a presidência da JIA.
A peste suína africana é uma doença hemorrágica altamente contagiosa que atinge suínos domésticos e selvagens, causando graves perdas econômicas e produtivas. Atualmente não há vacina conhecida e a prevenção e o controle são fundamentais, pois são as únicas ferramentas disponíveis para combater a doença. A doença não representa risco para a saúde humana, nem pelo contato direto com animais infectados, nem pelo consumo de qualquer produto de origem suína.
A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Monique Eloit, participou da reunião da JIA e manifestou preocupação também com a situação do Haiti, onde o impacto dos desastres naturais pode aumentar o perigo de entrada da doença, pois há muitos movimentos de pessoas e mercadorias. “As pessoas devem seguir algumas dicas simples de biossegurança para limitar o risco de espalhamento. Devemos considerar também a coordenação com os serviços de alfândega e imigração para evitar a disseminação ”, acrescentou.
O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, informou que o Instituto reúne esforços para combater a doença, devido ao risco que representa para as fontes de trabalho e de divisas em uma indústria fundamental no contexto dos sistemas agroalimentares da região.
Outros temas
No segundo dia do da Conferência, os ministros também aprovaram uma posição conjunta de todos os países das Américas em defesa da agricultura, do meio ambiente e da segurança alimentar da região. “Nossa mensagem defende o fim do protecionismo agrícola, condições justas de emprego e renda e a importância da inovação no campo”, explicou Tereza Cristina.
Também foi aprovada uma resolução para a adoção de medidas de apoio ao Haiti, que sofre as consequências do terremoto ocorrido no mês passado. Segundo o documento, o IICA deverá coordenar a assistência necessária para remediar os danos ao setor agrícola e rural do Haiti, em especial apoiando os produtores familiares com sementes e insumos, diante do iminente período de plantio de milho e feijão.