O Estado, através da participação de gestores da Secretaria Estadual da Saúde (SES), e das municipais, representados pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), definiram as estratégias tomadas para o andamento da campanha de vacinação contra o coronavírus. Conforme decidido em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada nesta quarta-feira, ficou definido três pilares para o andamento do processo no Rio Grande do Sul, a partir da chegada de remesses com imunizantes destinados para a primeira dose.
O primeiro será a busca ativa de pessoas maiores de 18 anos ainda não vacinadas. Já o segundo passo consistirá em aplicar a dose de reforço em idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas e, mais adiante, poder avançar a imunização para adolescentes, de 12 a 17 anos, sem comorbidades. Vale relembrar que o Ministério da Saúde já divulgou que o reforço de terceira dose para a população de 70 anos ou mais e imunossuprimidos (transplantados, pessoas vivendo com HIV/Aids ou quem está passando por quimioterapia, por exemplo) será a partir do dia 15 de setembro.
De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, a aplicação destas estratégias dependerá, ainda, do aval do Ministério da Saúde, que determina as prioridades que os municípios devem seguir a partir do Plano Nacional de Imunização (PNI). Ela também destaca que o objetivo das cidades gaúchas, neste momento, têm sido buscar as pessoas maiores de 18 anos que ainda precisam receber a primeira dose.
Atualmente, 88% da população vacinável (pessoas acima de 18 anos) já receberam ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19 ou dose única, independente da fabricante, no Rio Grande do Sul. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, a estimativa é de que faltam 943.974 pessoas adultas para receber a primeira dose ou dose única, ou, ainda, podem ser casos de falta de registro no sistema de informações. Além disso, dos 497 municípios, 209 já notificaram a pasta que não precisam mais de dose para a primeira aplicação para a população adulta.
Recebimento de vacinas
O Estado recebeu, na segunda-feira, 174.690 doses de vacina contra a Covid-19, entre Pfizer e Astrazeneca, e há previsão de chegada, ainda nesta quarta-feira, de 74.880 doses de Pfizer. Na quinta-feira, deverão chegar mais 91.250 doses de Astrazeneca. Todas elas, porém, estão reservadas para segunda dose de quem já recebeu a primeira no tempo oportuno.
Sem garantias de recebimento de doses para quem não cumprir o PNI
Em nota oficial publicada nesta quarta, o Ministério da Saúde advertiu que não garantirá doses para os estados e municípios que definem seus próprios esquemas vacinais e não seguem o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO) contra a Covid-19. Planos voltados para imunizar adolescentes e dose de reforço são pontos de divergência entre Ministério da Saúde e unidades federativas.
A pasta ressalta que as decisões sobre a aplicação das doses de reforço, redução de intervalo entre as doses, intercambialidade de vacinas, vacinação de gestantes e adolescentes, entre outras, são baseadas em evidências científicas.
“Essas alterações nas recomendações do PNO podem influenciar a segurança e eficácia das vacinas na população e podem ainda acarretar a falta de doses do Plano Nacional de Vacinação para completar o esquema vacinal na população brasileira”, alerta nota emitida pelo MS.