Bolsonaro nega ter atacado STF e critica “obsessão” ambiental de Biden

Em entrevista a rádio de Goiânia, presidente afirmou que CPI existe para desgastar o governo

Foto: Alan Santos / PR / Divulgação / CP

O presidente Jair Bolsonaro criticou o governo norte-americano em entrevista a uma emissora de rádio e canal web de Goiânia, nesta segunda-feira. O chefe do Executivo disse ainda que a gestão de Joe Biden é “muito mais de esquerda” e reforçou que preferia ter visto Donald Trump vencer as eleições de 2020. “É um governo que tem quase obsessão por questões ambientais. Mas o Brasil é um país que sabe preservar sua mata. Eles não sabem nem o que é mata ciliar, pois eles não têm”, disse.

Sobre a CPI da Covid, ele declarou ter sido criada para desgastar o governo e repetiu que não há corrupção na atual gestão. “Tudo começou com a vacina Covaxin. Mas não gastamos nenhum centavo com ela”, disse. Ele ainda defendeu o chamado tratamento precoce contra a Covid-19. “Funcionou comigo e com muitas pessoas, mas acham que eu sou criminoso”, afirmou.

O presidente voltou a atacar a Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a China. Segundo ele, a Coronavac ainda é “experimental”, embora o medicamento tenha passado pelos testes de eficácia e sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Bolsonaro afirmou que o Plano Nacional de Imunização não começou com mais antecedência porque as doses eram até então ofertadas em caráter experimental, sem compromisso dos laboratórios com os efeitos colaterais dos imunizantes. “Não havia vacina no mercado no ano de 2020. A Coronavac foi e ainda é experimental, então, eu tinha uma responsabilidade com meu país.”

Bolsonaro afirmou, ainda, não ter feito “nenhuma ameaça ao Supremo”, mesmo que “discorde de um ministro ou outro”. Segundo ele, as falas recentes contra a Corte não passaram de “liberdade de expressão”.

O presidente também defendeu o projeto do Marco Temporal, que pode limitar a demarcação de terras indígenas às áreas ocupadas até a promulgação da Constituição, em 1988. “É mais uma área de reserva do tamanho da região Sul. Vai matar o agronegócio no Brasil e a economia também. Espero que o STF reconheça que as terras sejam aquelas que estavam marcadas em 1988”, declarou.