Rodoviários da Carris decidem parar por tempo indeterminado a partir da próxima segunda

Paralisação ocorre por conta dos projetos visando privatizar a companhia e retirar gradualmente os cobradores do transporte coletivo

Foto: Guilherme Almeida/CP

A partir das 3h30min da próxima segunda-feira, as linhas de ônibus da Carris deixarão de circular em Porto Alegre por tempo indeterminado. O motivo da paralisação dos serviços é um protesto dos trabalhadores do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa). A entidade pressiona contra duas propostas, já em debate na Câmara Municipal, visando privatizar a companhia e retirar gradualmente os cobradores do transporte coletivo.

Ainda segundo a entidade, o ato vai contar com o apoio de centrais sindicais e vereadores da Capital e região Metropolitana.

A Prefeitura de Porto Alegre se manifestou sobre a paralisação dos rodoviários por meio de nota. No documento, o município reitera que mantém diálogo frequente com a categoria, sendo que nos últimos 15 dias, “eles foram recebidos em duas ocasiões no Paço Municipal, pelo prefeito Sebastião Melo e o vice Ricardo Gomes”.

A gestão municipal ressalta, ainda, que com os projetos encaminhados à Câmara de Vereadores busca reduzir o custo da passagem e modernizar o sistema de transporte coletivo da cidade.

Protestos

No último dia 12, pelos mesmos motivos, os rodoviários realizaram uma “operação tartaruga” nos corredores de ônibus de três das principais vias de acesso ao Centro Histórico: as avenidas Osvaldo Aranha, João Pessoa e Farrapos. Na ocasião, a manifestação ocorreu por volta das 7h30min.

Após, o grupo se deslocou até a frente da sede da prefeitura de Porto Alegre, onde pediu o fim da tramitação do projeto de Lei que busca conceder a Carris à iniciativa privada.

Audiências Públicas

O assunto, inclusive, pautou uma audiência pública na Câmara Municipal, no dia seguinte a manifestação. Na oportunidade, a privatização da companhia gerou discordâncias entre secretários municipais, sindicalistas e representantes de entidades.

Já nessa quinta, uma segunda audiência pública no Legislativo tratou da extinção dos cobradores. O encontro teve reações contrárias às demissões dos servidores que hoje exercem a função.