MP denuncia ex-jogador Anderson e mais sete pessoas na operação Criptoshow

Suspeitos devem responder por crimes como furto qualificado, organização criminosa e lavagem de bens, direitos ou valores

Foto: Paul Ellis / AFP / CP

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou oito pessoas por crimes como furto qualificado, organização criminosa e lavagem de bens, direitos ou valores. Um deles é um ex-jogador do Grêmio e do Inter, Anderson Luís de Abreu Oliveira, de 33 anos, também conhecido como Andershow.

A denúncia, oferecida pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, se baseia na operação Criptoshow, desencadeada em 25 de junho do ano passado. Ordens judiciais foram cumpridas em alguns locais, como a residência do ex-jogador da dupla Gre-Nal.

Na operação, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na região Metropolitana de Porto Alegre a fim de desarticular um grupo que burlou o esquema de segurança digital de um banco, desviou R$ 35 milhões de uma grande indústria e da bolsa de valores e lavou dinheiro com bitcoins.

O desvio dos R$ 30 milhões da conta bancária da indústria ocorreu por meio de 11 transferências eletrônicas para seis empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo e Porto Velho, em Rondônia. Conforme a denúncia, assinada pelo promotor Flávio Duarte o dinheiro era desviado em operações realizadas por intermédio de uma técnica sofisticada, realizada por outra empresa, com sede em Cachoeirinha, e correntista do banco.

A execução do furto se iniciou com o acesso normal à conta bancária, pelo internet banking, mediante login e senha de um dos investigados, quando foram programadas 11 transferências bancárias para seis destinatários diferentes.

Ao fim da operação, por meio da manipulação da codificação do canal do internet banking, a conta indicada ao sistema para a efetuação do débito de R$ 30 milhões não era mais a logada inicialmente, mas sim a conta da grande indústria.

Durante as investigações, o MPRS constatou operações de lavagem de capitais, consistente em transações para aquisição de criptoativos pelas mesmas pessoas junto a exchanges no país e no exterior.

O grupo empregou o mesmo modus operandi em 16 de abril do ano passado, contra outra empresa correntista, responsável pela bolsa de valores, lesada a partir de uma transferência bancária clandestina no montante de R$ 5 milhões.

A reportagem do Correio do Povo procurou os advogados do ex-jogador, mas eles ainda não puderam falar sobre a denúncia.