Mario Frias defende Sérgio Reis : “não há cultura artística sem liberdade”

Secretário de Cultura se manifestou pelas redes sociais nesta sexta, dia em que cantor se tornou alvo de operação da PF

Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil / Divulgação

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, defendeu, nesta sexta-feira, o cantor Sérgio Reis, alvo de uma operação de busca e apreensão por parte da Polícia Federal (PF). A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, ocorreu dias após o vazamento de um áudio em que Reis prometia, junto com um grupo de caminhoneiros, invadir a Corte para retirar do cargo parte dos ministros.

Mario Frias entendeu que há impacto à cultura nacional. “Quando um artista da relevância e da importância do Sérgio Reis é tratado como uma ameaça ao Estado de Direito, isso compromete a cultura nacional, pois não há cultura artística sem liberdade. Deus proteja nossa nação”, escreveu Frias.

Segundo a PF, os mandados contra Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) foram autorizados por Moraes a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). O objetivo é “apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

Os agentes se dirigiram a endereços nos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1), além do Distrito Federal (1). Conforme apuração da Record TV, policiais estiveram no gabinete de Otoni de Paula, na capital federal. Já Sérgio Reis reside em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo.

Entenda

Além do inquérito na PGR, na última terça-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal abriu um inquérito para apurar ameaças a ministros do STF feitas pelo cantor e outras pessoas em áudios que circularam nas redes sociais no último fim de semana.

Nas gravações, Reis fala que os caminhoneiros vão “parar o país em setembro” se o Senado não retirar alguns dos ministros do STF. “Se em 30 dias não tirarem aqueles caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”, declara o artista.

Em um vídeo, Sergio Reis, ao lado de supostos caminhoneiros, reforça as ameaças: “Vocês [senadores] têm 72 horas para aprovar o voto impresso e tirar todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não é um pedido, é uma ordem. É assim que eu vou falar com o presidente do Senado. Isso é uma ordem.”