A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira (19) as quebras de sigilo financeiro de responsáveis por blogs, perfis em redes sociais e sites acusados de espalhar fake news durante a pandemia de covid-19.
A aprovação ocorreu momentos antes do depoimento do presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, que deve esclarecer detalhes da intermediação que a empresa fez no acordo de compra das vacinas Covaxin entre a Bharat Biotech, da Índia, e o Ministério da Saúde brasileiro.
Entre os nomes que passam a ter os sigilos quebrados estão bolsonaristas como o jornalista Allan dos Santos, responsável pelo site Terça Livre, Oswaldo Eustáquio, blogueiro, Bernardo Küster, youtuber, José Pinheiro Tolentino, do site Jornal da Cidade Online, Paulo de Oliveira Eneas, que comanda o Crítica Nacional, Raul Nascimento dos Santos, do endereço Conexão Política, e Tarsis de Souza Gomes, do Renova Mídia.
Também foi aprovado o requerimento para a entrega de informações financeiras do Instituto Força Brasil, que financiaria e divulgaria tais notícias.
Os pedidos, do senador Humberto Costa (PT-PE), pedem ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) a RIF (Relatório de Inteligência Financeira) de cada um dos citados, com as eventuais informações de movimentações atípicas feitas por eles ou nas quais elas são mencionados.
Na abertura da sessão desta quinta-feira, o senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE) defendeu os blogs acusados de fake news. Ele afirmou que “se houve algum excesso desses personagens que sejam devidamente investigados dentro dos ritos legais, do crime ocorrido”, mas afirmou que a CPI corre o risco de impedir o direito de expressão ao quebrar o sigilo de grupos que defendem ideias contrárias ao que pensam os oposicionistas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Marcos Rogério (DEM-RO) completou o pensamento de Girão dizendo que há uma tentativa de calar grupos conservadores no país. Em votação pelos integrantes da comissão, o pedido de retirar os requerimentos contra os blogueiros acusados de fake news, formulado por Eduardo Girão, foi recusado.