O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou na tarde desta quarta-feira que o depoente Túlio Silveira passa a ser investigado pela comissão. O advogado representa a empresa Precisa Medicamentos.
Silveira ficou calado a maior parte do tempo da sessão, ou sempre que era questionado sobre detalhes da negociação da Precisa com o Ministério da Saúde para trazer ao Brasil 20 milhões de doses da vacina Covaxin.
Há dúvida entre os senadores se Túlio Silveira é somente um advogado da empresa – ele declara apenas ser um prestador de serviço contratado – ou se representa a Precisa como um funcionário, com interesse na negociação.
“Considerando que o depoente optou pelo silêncio sem ajudar os trabalhos da comissão. Considerando que o depoente não apresentou a procuração que mostraria que ele representava como advogado a Precisa, decido colocá-lo como investigado dessa investigação”, disse o relator.
Mais cedo, Renan Calheiros também tornou investigado o líder do Governo, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).
A sessão desta quarta começou com a tentativa da defesa de Martins de evitar o depoimento. A medida era defendida também pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO). De acordo com o parlamentar, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é clara no regulamento ao não aceitar que advogados deem detalhes das ações, nessa função, em investigações.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) rebateu a informação, lembrando que Túlio Silveira aparecia no processo como parte envolvida na negociação, não apenas como advogado da Precisa.
A sessão desta quarta-feira terminou após as 16h. A comissão deve interrogar, às 10h desta quinta-feira, o sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. A empresa, que representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, fabricante da vacina Covaxin, é suspeita de irregularidades no processo de compras do imunizante pelo Ministério da Saúde.