Demitidos cinco funcionários de posto de saúde por esquema de fura-fila de vacina em Porto Alegre

Cinco pessoas foram desligadas pela Associação Hospitalar Vila Nova, gestora do RH da US Guarujá

Foto: Divulgação SMSUrb/PMPA

Um esquema para furar a fila da vacinação contra a Covid-19 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Guarujá, localizada na zona Sul de Porto Alegre, levou à demissão de cinco profissionais com atuação no local. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), uma enfermeira, três técnicas de enfermagem e uma auxiliar administrativa privilegiaram familiares fora do grupo prioritário ou da faixa etária para a imunização.

A Pasta abriu uma sindicância interna e orientou a Associação Hospitalar Vila Nova, gestora do RH da unidade, a tomar as medidas cabíveis. Segundo a prefeitura, a secretaria abriu boletim de ocorrência na Polícia Civil e denunciou o caso ao Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) e ao Ministério Público. As demissões acabaram ocorrendo por justa causa, segundo a pasta, por “ato ilícito contra a administração pública”.

O vereador Jonas Reis (PT) procurou a 2ª Delegacia de Polícia Distrital do bairro Menino Deus e o Ministério Público Federal para denunciar que o esquema de fura-fila na unidade de saúde do Guarujá pode ter levado à aplicação de soro fisiológico ou água em moradores que procuraram o local para receber a imunização contra a Covid-19.

“A minha preocupação é que, caso tenha ocorrido fraude mesmo, que as pessoas vacinadas lá possam ter uma resposta do Poder Público. Se houve fraude, as pessoas devem ser testadas porque a saúde delas está em risco”, defende Reis, que vai levar o caso ao Ministério Público Federal (MPF).

Apesar de reconhecer o esquema de desvio de doses da unidade, a prefeitura nega que tenha ocorrido aplicação de outras substâncias em moradores. “A apuração dos fatos junto aos envolvidos apontou que não houve substituição do imunizante por soro fisiológico ou água. Com isso, não há suspeitas de que pessoas tenham sido vacinadas com outra substância. A SMS desconhecia tal prática e repudia qualquer conduta semelhante, seguindo veementemente o Plano Nacional de Imunização estabelecido pelo Ministério da Saúde”, explicou a secretaria, em nota.

O órgão esclareceu, ainda, que desde a identificação do ocorrido na unidade, ampliou a fiscalização em toda a rede municipal. “Intensificamos o monitoramento das doses entregues e doses aplicadas de cada unidade de saúde. Também foi orientado para as coordenações a evitarem a abertura de novos frascos ao final do dia, a fim de diminuir as sobras em cada unidade”, acrescentou a pasta, no comunicado.