Polícia Civil resgata criança agredida e torturada pela mãe e o padrasto, em Canoas

Os investigadores chegaram até a vítima após uma denúncia anônima

Quando a vítima foi encontrada, ela apresentava hematomas no corpo e queimaduras nas mãos. Foto: Polícia Civil

Uma operação especial da Polícia Civil, realizada na manhã desta quarta-feira (18), pode ter impedido uma nova tragédia envolvendo uma criança no Rio Grande do Sul. Após uma denúncia anônima, a equipe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança (DPCA) de Canoas conseguiu resgatar um menino, de seis anos, torturado pela mãe e pelo padrasto.

Segundo o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), Mario Souza, a vítima era submetida a uma rotina de agressões físicas e psicológicas. Quando a criança foi encontrada, ela apresentava hematomas no corpo e queimaduras nas mãos. Mensagens obtidas no celular da investigada revelaram que o menino passava dias acorrentado.

Em uma das conversas, a mulher, de 28 anos, disse para o namorado, de 24, que o filho estava preso há dias. A acusada complementou, afirmando que que cogitava levá-lo ao hospital. Ela pretendia dizer que a criança apresentava sintomas como enjoo e diarreia – o que, na sua opinião, garantiria alguns dias de internação para o menino.

“Ela se preocupava em ter algum lugar para ficar com o companheiro. As investidas contra a criança tinham o objetivo de afastar o menino para que ele ficasse fora de cenário. Talvez, se nós não tivéssemos chegado a tempo, mais uma vez a sociedade toda ia se deparar com mais uma criança morta de forma terrível”, relata Mario Souza.

Tanto a mãe, quanto o padrasto foram presos preventivamente. Representantes do Conselho Tutelar de Canoas, que participaram da mobilização, optaram por deixar a vítima na casa dos seus avós maternos. Para os investigadores, o caso poderia ter um fim similar ao do menino Miguel, morto em Imbé há pouco mais de um mês.

“A situação da mãe está muito bem desenhada, em relação ao crime que ela cometeu. Estamos apurando agora a relação do namorado, e há fortes indícios. Nós só salvamos este guri hoje porque recebemos uma denúncia. O cenário que nós encontramos ali era de uma criança torturada, dopada, agredida física e psicologicamente”, garante o delegado.

Denúncias

A Constituição Federal estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente direitos fundamentais, além de colocá-los a salvo de toda forma de exploração e violência. Para denunciar, basta entrar em contato com o Disque 100, o Conselho Tutelar, a Polícia Civil (181) ou a Brigada Militar (190).