Covid-19: 41,9 milhões de adultos no Brasil ainda precisam da 1ª dose da vacina

Promessa do ministério é vacinar adultos acima de 18 anos até fim de setembro

Foto: Cristine Rochol/PMPA

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil traz a esperança de dias melhores ainda neste ano, mas dados atualizados até sexta-feira, 13, do Ministério da Saúde mostram que 41,9 milhões de brasileiros acima de 18 anos ainda não tinham tomado uma dose sequer. Este número representa 26,5% dos adultos no país. Vale destacar que ainda não há recomendação do Ministério da Saúde para vacinar adolescentes, embora algumas cidades estejam fazendo por conta própria.

De 1º a 11 de agosto, foram aplicadas, em média, 903 mil primeiras doses por dia. Mantido este ritmo, o país concluiria a primeira dose dos adultos no dia 27 de setembro. Esta é a promessa que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem feito: todos os brasileiros acima de 18 anos com ao menos uma dose até o fim de setembro.

Mas o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, prefere não fazer previsões muito otimistas. “Eu acho que setembro está muito curto o prazo. Acredito que até o final do ano teremos toda a população de 18 anos acima pelo menos com a primeira dose. Não trabalho muito com essa projeção do final de setembro, até porque o que observamos ao longo deste ano é que todas as projeções que foram feitas sempre foram alteradas para baixo”, diz.

Para Freire, há distorções entre cidades no Brasil, algumas avançaram mais do que outras por características demográficas. Por exemplo, locais com mais idosos, indígenas ou quilombolas vão ter uma cobertura vacinal maior, porque foram os primeiros grupos prioritários.

Mesmo assim, o secretário destaca que a falta de informações populacionais atualizadas do Brasil também um fator que dificulta. “Como nós temos um censo do IBGE que não reflete a realidade de hoje do país, vamos ter muitos problemas referentes à questão de falta de vacinas em alguns locais”, acrescenta, ao ressaltar que o último censo foi em 2010.

“Cada local tem uma performance um pouco diferente, não sei se é pela rede mais organizada, pela logística. Se tivesse falta de vacinas, alguns estados não teriam um percentual mais alto [de vacinados]. Esse descompasso chama atenção. A distribuição das vacinas é para ser pactuada entre estados e municípios. Teoricamente, era para funcionar exatamente o que é definido lá”, afirma Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).