Polícia detalha fatos em segundo dia de reconstituição da morte de Beto em hipermercado

Primeira audiência do processo criminal ocorre em 18 de agosto

Foto: Fabiano do Amaral/CP

Com mais de uma hora de atraso, a Polícia Civil deu início, após as 19h dessa quinta-feira, às ações do segundo dia de reconstituição da morte de João Alberto Silveira, o Beto, ocorrida em novembro do ano passado, em Porto Alegre. O homem negro, de 40 anos, morreu espancado pelos seguranças de um hipermercado, na noite de 19 de novembro do ano passado, no bairro Passo D’Areia, na zona Norte. O crime repercutiu em todo o país e levou o grupo Carrefour a implementar um plano nacional de ações contra a discriminação racial. Seis réus respondem pelo assassinato.

A dinâmica, nessa quinta, era a mesma da última terça. O preparo para a reconstituição começou, no Palácio da Polícia, com a tomada de depoimento dos quatro acusados que concordaram em fazer reprodução simulada do ocorrido. Os réus não eram obrigados a participar.

Os depoimentos de cada indiciado foram tomados separadamente e gravados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Os réus deram versões individuais do que aconteceu naquela noite. Nesse primeiro momento, também puderam ser esclarecidas dúvidas que eventualmente apareceram no decorrer de cada depoimento.

A expectativa é que a reconstituição se estenda até a madrugada desta sexta-feira. O segundo dia da reconstituição em si teve início, por volta de meia-noite, quando os indiciados, acompanhados de policiais que fizeram papéis diversos durante o processo, mostraram o que fizeram, e de que ponto de visão, no momento em que João Alberto era espancado até a morte. Um forte esquema de segurança teve de ser montado ao redor do supermercado.

Foto: Fabiano do Amaral/CP

A reconstituição havia sido pedida pelos advogado David Leal, Raiza Hoffmeister, Jader Gilberto, Márcio Rosano e Tainara Monteiro. Eles defendem dois réus: Giovane Gaspar da Silva, ex-policial militar temporário, e Rafael Rezende, um dos funcionários do supermercado.

A primeira audiência do processo ocorre em 18 de agosto. Na última terça-feira, a reconstituição, com a colaboração de oito testemunhas, durou cerca de cinco horas. Na ocasião, advogados e um representante do Ministério Público acompanharam o trabalho.

Na manhã desta sexta, a Polícia concede uma entrevista coletiva à imprensa para fazer um balanço das duas etapas da reconstituição.