“Não se mostra tão agressiva”, avalia secretário de Saúde de Porto Alegre, sobre variante Delta

De acordo com Mauro Sparta, cepa é mais transmissível, mas aparenta ser menos "virulenta" que a Gama

Sparta solicitou o afastamento para dedicar-se à eleição do Conselho Regional de Medicina do Estado. Foto: Agência ALRS

Mesmo com sete mortes registradas no Hospital Nossa Senhora da Conceição, por conta de um surto de Covid-19 que teve início em 4 de agosto, o secretário municipal da Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, avalia que a variante Delta do vírus, de origem indiana, não é ‘tão agressiva’. Ele pondera que os pacientes que adquiriram a cepa haviam sido internados por outras doenças e, por apresentarem comorbidades, acabaram morrendo.

“Essa variante não está se mostrando tão virulenta, tão agressiva. A transmissão está sendo muito alta, passa rapidamente, mas a agressividade dela não é tão grande quanto a P1 [variante Gama, de origem amazônica]. Talvez porque a maioria das pessoas já tenha sido vacinada. Nos hospitais, os funcionários adquiriram a doença, em geral, de maneira mais branda, mais fraca, tanto que muitos foram para casa e ficaram isolados”, assinala. Ele salienta, ainda assim, a importância de a população seguir com os protocolos sanitários, como uso de máscara e higiene das mãos.

Apesar de admitir que a SMS monitora o avanço do surto, Sparta considera que não há ‘aumento significativo’ da ocupação de leitos clínicos ou de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Estamos todos em alerta, tomando todas as precauções possíveis e preocupados também”, frisa.

A SMS reforçou as orientações às instituições afetadas por surtos para os cuidados no ambiente hospitalar e recomendou intensificar as medidas preventivas relacionadas à desinfecção.

Vigilância em Saúde municipal avalia ‘rebote’

A Secretaria de Saúde monitora diariamente os surtos de Covid nos hospitais de Clínicas, Conceição e Vila Nova. Com a suspeita de casos da variante Delta entre os infectados, a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) reforça a necessidade de acompanhamento dos dados para avaliação do possível impacto da variante no aumento do número de casos positivos e, consequentemente, de surtos na cidade.

“Ligamos a luz amarela para avaliar um possível rebote com aumento de casos nos próximos dias”, admite a diretora em exercício da DVS, Fernanda Fernandes. Ela reitera, contudo, que “todas as vacinas oferecidas reduzem o risco de infecção, hospitalização e morte, principalmente depois da segunda dose”.