Após cassação, Flordelis é presa em casa no Rio de Janeiro

Ex-deputada é acusada de ser mandante da morte do marido, em junho de 2019

Foto: TV Record Rio

A ex-deputada federal Flordelis recebeu voz de prisão em casa, em Niterói, na região Metropolitana do Rio, na noite desta sexta-feira. Dois dias após a Câmara ter cassado o mandato parlamentar de Flordelis, a Justiça decretou a prisão preventiva. Ela é acusada de ser a mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

Antes de ser encaminhada à Delegacia Homicídios de Niterói, a ex-parlamentar publicou um vídeo nas redes sociais negando ser assassina e pedindo apoio e orações. Ela afirmou, ainda, estar sendo presa de “cabeça erguida” por saber que é inocente.

A juíza Neari dos S. Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, aceitou o pedido encaminhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). No documento, o MP destacou que, ao longo de todo o processo, ficou claro que a liberdade da ré punha em risco tanto a instrução criminal quanto a aplicação da lei penal e que, mesmo sendo cabível e necessária a prisão preventiva, a decretação, até quarta-feira, não havia sido possível devido à imunidade parlamentar.

O pedido de prisão relata que, além da gravidade da conduta criminosa, a ex-deputada, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus a localizar o celular da vítima e apagar mensagens comprometedoras, além de queimar roupas com possíveis vestígios forenses.

Ela também providenciou, segundo o órgão, treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas a prestarem depoimento, que foram orientados a mentir e alterar as versões já fornecidas, além de ter descumprido a medida cautelar de monitoramento eletrônico.

Defesa entra com habeas corpus

Em nota, o advogado de Flordelis sustenta que não está sendo dada a oportunidade para a defesa se manifestar. “Já houve, inclusive, ocasião na Justiça em que se atendeu um pedido da acusação sem abrir prazo para a defesa se manifestar. Então tudo está acontecendo de uma forma excepcional, que a defesa nunca viu. O correto é abrir prazos para as partes se manifestarem. A Justiça não está fazendo isso”, acusa.

O advogado revela que entrou com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque há um pedido de suspeição contra a juíza que decretou a prisão. “Enquanto não for julgada a suspeição não se pode admitir a decretação da prisão”, argumenta.