Amilton admite que mensagem enviada a Dominguetti citando Michelle era “bravata”

Em depoimento à CPI, reverendo apresentou versão diferente sobre diálogos com o policial militar

Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

O reverendo Amilton Gomes de Paula, citado como um intermediador entre o governo federal e empresas que ofereceram vacinas sem comprovar a entrega dos imunizantes, apresentou nesta terça-feira, uma versão diferente sobre diálogos dele próprio com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira.

Dominghetti se apresentou como representante da empresa Davati Medical Supply, tentou vender vacinas contra Covid, e chegou ao Ministério da Saúde levado pelo pastor. Em depoimento na CPI, o reverendo afirmou que usou uma “bravata” ao demonstrar prestígio com o governo federal nas conversas com o policial. Hoje, Amilton negou proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, ou com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Em uma mensagem do reverendo a Dominghetti, enquanto eram negociadas as vacinas ao governo, Amilton disse ao vendedor que a primeira-dama havia “entrado no circuito”. Hoje, o pastor afirmou não lembrar o contexto da mensagem, mas declarou que a fala era uma “bravata”, para “mostrar algo que não tinha”. Ele usou a mesma justificativa para explicar uma mensagem a Dominghetti onde dizia que tinha falado “com quem manda”.

Durante a primeira bateria de perguntas do relator Renan Calheiros (MDB-AL), o reverendo negou que tenha proximidade com qualquer pessoa do Palácio do Planalto, embora simpatizando com o governo e dizendo ter participado da campanha do chefe do Executivo.

Além de registros fotográficos com parlamentares governistas, membros da CPI questionaram a facilidade com que o reverendo chegou ao Ministério da Saúde para tratar sobre a venda de vacinas. Ao se defender, o pastor se propôs a disponibilizar emails, além do registro telefônico à CPI, a fim de mostrar que não tinha contato permanente com membros do governo.