Governo pede que PF apure causa de incêndio em galpão da Cinemateca Brasileira

Secretário adjunto da Cultura, Hélio Ferraz, vai viajar a São Paulo; Mario Frias está na Itália em evento do G-20

Foto: Reprodução/Facebook/ABr

A Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo informou, nesta quinta-feira, que pediu à Polícia Federal que investigue as causas do incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira, na capital paulista. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A assessoria da pasta acrescentou que o secretário adjunto da Cultura, Hélio Ferraz, vai viajar a São Paulo a fim de acompanhar os desdobramentos do caso. O secretário Mário Frias e o ministro do Turismo, Gilson Machado, cumprem agenda na Itália, participando de um evento do G20, grupo de países desenvolvidos e emergentes.

O incêndio começou na tarde desta quinta-feira e atingiu o galpão da Cinemateca, na zona oeste de São Paulo. O acervo fotográfico da instituição era armazenado unidade. Segundo o Corpo de Bombeiros, 17 viaturas trabalharam no local e, por volta das 19h50min, conseguiram conter o incêndio.

Não há registro de vítimas e a causa do fogo ainda é desconhecida. O secretário estadual de Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, afirmou que a extensão dos danos está sendo avaliada.

Cabe à Cinemateca preservar e difundir o acervo audiovisual brasileiro. Ela é administrada pela Secretaria Nacional do Audiovisual, que integra a Secretaria Especial de Cultura. Há dois anos, o governo não renovou o contrato que a Associação Roquette Pinto (Acerp) mantinha com o Ministério da Educação para a gerência da instituição.

Apesar de ter se comprometido com um novo edital para a função, a administração federal nunca pôs o plano em prática. Em agosto de 2020, após a demissão de todos os funcionários da instituição, o secretário Mário Frias visitou a Cinemateca, em São Paulo, e declarou que ela permanecia “protegida”.

No último dia 12 de abril, ex-funcionários da Cinemateca Brasileira publicaram um manifesto alertando para “os riscos que correm o acervo”. “O risco de um novo incêndio é real. O acompanhamento técnico e as demais ações de preservação, inclusive processamento em laboratório, são vitais”, dizia o comunicado. Em 2018, o Museu Nacional, no Rio, já havia sido destruído por um incêndio.

Leia a nota da Secretaria de Cultura na íntegra:

A Secretaria Especial da Cultura lamenta profundamente e acompanha de perto o incêndio que atinge um galpão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). Cabe registrar que todo o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês como parte do esforço do governo federal para manter o acervo da instituição. A Secretaria já solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio e só após o seu controle total pelo Corpo de Bombeiros que atua no local poderá determinar o impacto e as ações necessárias para uma eventual recuperação do acervo e, também, do espaço físico. Por fim, o governo federal, por meio da secretaria, reafirma o seu compromisso com o espaço e com a manutenção de sua história.