Vigilância ambiental monitora febre amarela em áreas rurais do Estado

Já foram realizadas visitas em Amaral Ferrador, Camaquã, Chuvisca e Cristal

Equipes da Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) reforçaram as visitas em casas localizadas em áreas rurais de municípios da região Sudeste do Rio Grande do Sul, considerada prioritária para o enfrentamento à febre amarela.

As atividades começaram pelo município de Amaral Ferrador, que apresenta apenas 17,54% de cobertura vacinal contra a doença em uma população estimada em 7.085 habitantes. Também foram realizadas visitas em Camaquã, Chuvisca e Cristal.

As ações são intensificadas nas áreas apontadas pelos boletins epidemiológicos que registram a presença de óbitos de macacos bugios. O Rio Grande do Sul apresenta 31 municípios considerados como áreas afetadas pela circulação do vírus. Também estão na mira da vigilância ambiental 91 cidades de uma área ampliada e limítrofe.

Os óbitos desses animais podem estar relacionados com a infecção do vírus da doença. Depois de picados por mosquitos silvestres contaminados, os primatas passam a ser sinalizadores da circulação do vírus. A população, quando não imunizada, corre o risco de contaminação pelos mesmos mosquitos transmissores.

O biólogo Edmilson dos Santos, do Cevs, conta que nas 115 propriedades visitadas em Amaral Ferrador, 105 moradores relataram que ouviram sons ou viram bugios próximos de suas moradias. No dia 15 deste mês, foi relatado por uma moradora da localidade de Morro Agudo, em Amaral Ferrador, a morte de um bugio em sua propriedade. “Nossa equipe coletou amostras desse animal para serem encaminhadas para testes de diagnóstico na Fiocruz “, disse Santos. O resultado poderá ser registrado nos próximos boletins.

Além das visitas domiciliares, as equipes realizam palestras nos municípios afetados com a participação de profissionais das áreas de assistência e de outras instituições da região, orientando sobre o papel da rede local de saúde como porta de entrada na notificação da morte dos primatas.

Vacinação

A vacina contra a febre amarela é recomendada para todas as pessoas com até 59 anos, e as doses estão disponíveis nas unidades de saúde dos municípios. Pessoas acima de 60 anos devem passar por avaliação médica antes de se vacinar.

Durante as palestras nos municípios, os técnicos das equipes de referência, formadas por biólogos e veterinários, destacam a importância da imunização. Recomendam às secretarias municipais de Saúde que sejam realizadas campanhas locais, com divulgação sobre a disponibilidade da vacina nas unidades de saúde e com atividades de busca ativa, incluindo, se possível, até vacinação de casa em casa.

A doença

A febre amarela é uma doença febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por mosquitos). Os primeiros sintomas são febre, calafrios, cefaleia (dor de cabeça), lombalgia (dor nas costas), mialgias (dores musculares) generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Após esse período inicial, geralmente ocorre declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando uma sensação de melhora no paciente. Em poucas horas – no máximo um ou dois dias – reaparece a febre, a diarreia e os vômitos.

Os casos de febre amarela no Brasil são classificados como silvestres ou urbanos, sendo que o vírus transmitido é o mesmo. A diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão.

Na urbana, o vírus é transmitido aos humanos pelos mosquitos Aedes aegypti, mas esta não é registrada no Brasil desde 1942.

Na silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus, e os macacos são os principais hospedeiros. Nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada entra em uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado.

*Com informações da SES