Bombeiros encontraram, no fim da noite desta quarta-feira, o corpo do segundo colega ainda desaparecido durante o combate ao fogo que consumiu, há uma semana, o prédio da Secretaria Estadual da Segurança Pública, no bairro Floresta, em Porto Alegre.
O 2º sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, de 51 anos, que compareceu ao local do incêndio para ajudar, voluntariamente, teve o corpo localizado, carbonizado, cerca de quatro horas após as equipes de resgate chegarem à primeira vítima – o 1º tenente Deroci de Almeida da Costa, de 46 anos, que comandou a liberação das guarnições no dia do incêndio. A distância entre os corpos era de quatro metros, conforme o governo estadual.
“Ele [Munhós] seguia conosco porque realmente gostava do que fazia, saiu de casa assim que soube da ocorrência. Veio de Viamão para Porto Alegre para ajudar seus companheiros que estavam servindo naquela noite. E estava ajudando o oficial tenente Almeida, que era o responsável inicialmente por toda atividade operacional de combate ao fogo”, detalhou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), César Eduardo Bonfanti.
O governador Eduardo Leite e o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Junior, concederam, após a meia-noite, mais uma coletiva de imprensa, em frente ao prédio de oito andares, inutilizado pelo fogo. Autoridades e colegas presentes ofereceram uma salva de palmas aos militares que morreram trabalhando.
O corpo do 2° sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós foi encontrado no final da noite desta quarta, 4 horas após localizarmos o 1° tenente Deroci de Almeida Costa. Dois heróis que cumpriram ao extremo o juramento de colocar sua vida em risco para salvar outras vidas. pic.twitter.com/P8uCVMb9MO
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) July 22, 2021
Mais cedo, Ranolfo revelou que Almeida teve o corpo esmagado, e não carbonizado. As buscas envolviam cerca de 120 homens, além de cães farejadores.
“Encerra-se, portanto, essa etapa e, nesta quinta, haverá desmobilização total da área. Passaremos então ao segundo momento, a busca mais rápida possível pela demolição total do prédio que já está condenado pela área técnica”, detalhou Ranolfo, já durante a segunda entrevista coletiva.
Quem eram os militares
Natural de Rio Grande, o tenente Almeida, com 22 anos de corporação, era casado e deixa dois filhos.
Já o sargento Munhós completou 31 anos de atividade como bombeiro. Natural de Lavras do Sul, ele era casado e pai de uma filha.