Polícia Civil deflagra segunda fase da operação Iscariotis em Viamão

Agentes da 2ª DP prenderam autor do estupro da filha de empresário que teve dedo mínimo amputado pelos criminosos

Foto: Polícia Civil/Divulgação

A segunda fase da operação Iscariotis foi deflagrada entre a madrugada e manhã desta segunda-feira pela Polícia Civil. Houve a prisão preventiva do autor do estupro de uma menina, de 13 anos de idade, e acusado ainda de coautoria dos ilícitos de extorsão, roubo majorado, tortura e associação criminosa.

A ação foi desencadeada pela 2ªDP de Viamão, sob comando do delegado Júlio Fernandes Neto. Houve o cumprimento do mandado de prisão preventiva contra o estuprador. Durante interrogatório, assistido por um defensor, ele confessou a autoria de todas as infrações penais investigadas, fornecendo detalhes do planejamento e da execução dos delitos.

O preso indicou inclusive quem seria o mandante, o qual comandou toda a ação criminosa do interior de sua cela na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central). Ele revelou ainda que a motivação do crime seria o pagamento de uma dívida decorrente do tráfico de drogas.

Segundo o delegado Júlio Fernandes Neto, o autor intelectual é sobrinho do empresário que sofreu a tortura e extorsão e, portanto, primo da vítima de estupro. Este sobrinho teria planejado toda a execução do crime, contratando o indivíduo preso nesta segunda-feira e um cúmplice, falecido em confronto com policial militar durante uma tentativa de roubo a estabelecimento comercial.

No dia 6 deste mês, a primeira fase da operação Iscariotis resultou em quatro presos preventivamente, incluindo o detento na Cadeia Pública de Porto Alegre e também um apenado na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Houve na ocasião o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão.

O crime aconteceu em junho deste ano. A família teve a residência invadida em uma manhã por dois criminosos armados e encapuzados no bairro Jardim Castelo, em Viamão. Após subjugarem os moradores, os suspeitos agrediram e torturaram um empresário, que teve amputado o dedo mínimo. Ele teve de realizar a transferência de cerca de R$ 30 mil, via PIX, para a conta de uma integrante do grupo criminoso, em nome da namorada do colega de cela do sobrinho da vítima.

Em seguida, um dos bandidos estuprou a filha adolescente do empresário e roubaram objetos de valor da residência e um automóvel da família. De dentro da Pasc, o detento comandou tudo por meio de vídeo-chamada de telefone celular, evitando que as vítimas reconhecessem a voz do sobrinho.

Os agentes da 2ª DP de Viamão apuraram que o dedo parcialmente amputado do empresário foi utilizado depois para intimidar os moradores da localidade da Martinica, em Viamão. O autor do crime teria desfilado com o dedo da vítima em sua boca, fazendo piada relativamente aos crimes cometidos, como forma de demonstrar o poder da facção criminosa de que fazia parte.