O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, neste domingo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, pela defesa da urna eletrônica, e negou que seja golpista. Nove dias após ter chamado Barroso de “imbecil”, Bolsonaro atacou o “empenho” dele contra o voto impresso. O presidente da República afirmou também que defende a liberdade de expressão e o artigo 5º da Constituição. As informações são da Agência Estado.
Em declarações anteriores, Bolsonaro chegou a cogitar a possibilidade de não haver eleições em 2022 caso a proposta de voto impresso não seja aprovada pelo Congresso. Neste domingo, ao receber alta do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, Bolsonaro voltou a defender o voto auditável: “Queremos transparência e não fraude nas eleições”. “Só Deus me tira daquela cadeira”, disse.
Ao criticar Barroso, o presidente afirmou que é “complicado trabalhar com alguém que pensa assim”. Bolsonaro disse, que depois que Barroso visitou o Congresso, os líderes partidários trocaram os integrantes da comissão especial da Câmara que discute a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso para que votassem contra. “Por que essa vontade doida do Barroso de manter o sistema como está?”, perguntou.
Ele questionou razão de o TSE não querer esse tipo de voto. “Se urna eletrônica é confiável, por que o Japão e outros países não usam?”, perguntou. De acordo com Bolsonaro, o TSE não é uma instituição com poderes absolutos. Ao negar que seja golpista, o presidente afirmou que respeita integralmente todos os artigos da Constituição, e, segundo ele, “algumas autoridades interpretam. “Parece que estão com saudades da volta da corrupção e da impunidade.”
“Perguntem se o Lula apoia o que ocorre em Cuba”
Ao rejeitar as acusações de ser golpista ao cogitar a possibilidade de não haver eleições em 2022 sem a aprovação do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que se pergunte ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se ele apoia o que ocorre em Cuba. “Me acusam de golpista, perguntem se Lula apoia o que ocorre em Cuba”, afirmou.
Na segunda-feira, Bolsonaro criticou o socialismo e cobrou direitos essenciais para a população cubana, ao comentar os protestos que ocorrem naquele país. De acordo com ele, os manifestantes foram às ruas pedir liberdade, mas a resposta do país foi com “borrachada, pancada e prisão”.
Já Lula, em entrevista à Rádio Bandeirantes no mesmo dia, minimizou as repercussões dos atos em Cuba. “O que está acontecendo em Cuba de tão especial pra falarem tanto?!”, questionou o petista, que atribui os problemas que acontecem no país às sanções econômicas que os Estados Unidos aplicaram à ilha.