O Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado hoje, indica que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) podem ter parado de cair em sete capitais, e que, em quatro delas, há tendência de crescimento. Foram citadas Macapá, Manaus, Vitória e Porto Alegre.
A fundação recomenda cautela na flexibilização das medidas de restrição e alerta que é fundamental manter os cuidados individuais e coletivos contra a transmissão da Covid-19.
A doença é a causadora de 98% dos casos de SRAG submetidos a testes no país, e, por isso, a síndrome é um dos parâmetros usados por pesquisadores para acompanhar a evolução da pandemia.
Indícios de estabilização dos casos e óbitos de SRAG (depois do registro de queda em todo o país) foram observados no Plano Piloto de Brasília e arredores, em Florianópolis, João Pessoa, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro e Teresina.
Quando a análise se concentra nos estados, 20 das 27 unidades da federação, incluindo o Rio Grande do Sul, tendem a ter redução dos casos e óbitos por SRAG, em uma análise de longo prazo, que abrange as seis últimas semanas. Amazonas e Amapá mantêm tendência de crescimento, enquanto Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rondônia tendem a manter o mesmo nível.
Na análise de curto prazo, que considera as últimas três semanas, o cenário é de maior estabilidade: cai para cinco o número de unidades da federação com tendência de queda na incidência de SRAG, enquanto apenas Rondônia indica crescimento. Para as demais, incluindo o RS, a tendência é manter o patamar dos casos e mortes pela síndrome respiratória.
Diante desse cenário, a Fiocruz recomenda cautela na hora de flexibilizar o distanciamento, para que a tendência de queda nos casos possa ser mantida por tempo suficiente para que o número de vítimas e internações seja significativamente baixo. Para os estados com sinal de retomada do crescimento e estabilização, a recomendação é reavaliar as flexibilizações.
Transmissão comunitária
Das 27 capitais, dez foram classificadas com nível transmissão comunitária da doença “extremamente alto”: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Maceió, Porto Alegre, São Paulo e Teresina.
O maior grupo, de 12 capitais, registra transmissão em nível “muito alto”: Aracaju, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís.
Já Belém, Boa Vista, Cuiabá, Palmas e Vitória foram classificadas um degrau abaixo, no nível “alto”.
O boletim alerta que essa situação vai manter o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas caso não haja nova mobilização por parte das autoridades e populações.