A reunião da comissão especial da Câmara em que se prevê votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso ficou sem data para ocorrer, após ter sido cancelada, nessa quarta-feira. A PEC, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, é publicamente rejeitada por dirigentes de 11 partidos com representação no Congresso.
A tendência é de que a PEC seja aprovada na comissão que analisa o tema na Câmara, com aval não apenas da base governista. Recente levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, com os atuais 32 deputados do colegiado, mostra que 21 são favoráveis e apenas quatro se opõem. Outros sete ainda não definiram posição.
Além do parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR), favorável ao voto impresso, deputados da oposição apresentaram votos em separado pedindo a manutenção do sistema atual de votação, por meio de urnas eletrônicas sem dispositivo de impressão.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), Luís Roberto Barroso, que já passou horas debatendo o assunto com os parlamentares, disse que a medida representa um “retrocesso”, mas que, uma vez aprovada, o novo sistema vai ser adotado.
Nessa terça, o vice-presidente do país, o general Hamilton Mourão, afirmou que o tema ainda precisa ser avaliado pelo Congresso e, se não for aprovado, o máximo que pode ocorrer é o que chamou de “choro de perdedor”.
“Se não aprovar, vamos com as regras que estão valendo”, afirmou ele, que garantiu ser favorável à impressão do voto ou alguma outra forma de auditar o resultado. “Uma vez que decida a esse respeito, compete à Justiça Eleitoral cumprir isso e fazer com que o processo corra dentro das regras estabelecidas”, disse ele.