Servidoras da Susepe que teriam testemunhado início do incêndio na SSP serão ouvidas

Tragédia que destruiu a sede da pasta é investigada pela Polícia Civil

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Três frentes de trabalho atuam simultaneamente, na manhã desta quinta-feira (15), para mitigar as consequências do incêndio que destruiu a sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul. A primeira delas – e mais importante – é a de rescaldo às chamas e buscas aos dois bombeiros que estão desaparecidos desde a madrugada. O tenente e o sargento não tiveram a identidade revelada até o momento.

A segunda é o restabelecimento dos serviços que operavam a partir da sede da pasta. Até o momento, somente a central telefônica que recebe os chamados do número 190 voltou a operar, em uma estrutura montada no 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM). Também deve retornar em breve o monitoramento de presos com tornozeleiras, que funcionará na sede da Academia Civil Integrada de Segurança Pública (ACISP).

Por fim, a terceira é a que investiga as causas do incêndio, que é alvo de um inquérito da Polícia Civil. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, o vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, revelou que quatro servidoras serão ouvidas ainda hoje. Elas atuam na Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), e teriam testemunhado o início do incêndio.

“As informações preliminares dão conta de que elas perceberam a fumaça saindo do teto. Tudo vai ser apurado exaustivamente – e tudo o que eu diga agora, de maneira antecipada, será prematuro. O relato inicial é de que as equipes chegaram no quarto andar, tentando combater o fogo diretamente, mas as chamas rapidamente se alastraram para o quinto”, relata Ranolfo.

PPCI do prédio era executado por empresa

Assim que as chamas foram controladas e os repórteres puderam se aproximar do prédio, chamou a atenção uma placa que informava o investimento de R$ 1.166.762,32 na criação de um Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) para a sede da SSP. As adequações ainda estavam em andamento.

“Tínhamos contrato com uma empresa que estava, justamente, executando o PPCI – tudo dentro da mais absoluta normalidade, dentro dos prazos. O vínculo era de seis meses, e estávamos no segundo. Tinha visto pelos corredores a troca dos extintores de incêndio, por exemplo”, garante o vice-governador.

Além da Secretaria de Segurança Pública, o prédio abrigava o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (DETRAN/RS), que ocupava três andares da instalação. Também funcionavam no local o setor administrativo do Instituto-Geral de Perícias (IGP/RS), a Susepe e a Secretaria da Administração Penitenciária (SEAPEN).

“Há risco de que todo o prédio possa desabar. O governador Eduardo Leite, que estava em Brasília, chega agora de manhã e vamos nos encontrar nas imediações do prédio da Secretaria. Faremos uma série de reuniões ao longo do dia, para a definição de onde vamos colocar todos os setores que operavam por lá”, finaliza Vieira Júnior.

De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio Piratini, Leite chegou à Capital pouco antes das 9h. Ele comanda a primeira reunião do Gabinete de Crise formado em razão do incêndio e, na sequência, concede entrevista coletiva à imprensa. Ainda não há uma previsão de horário para que isso aconteça.