O falar do gaúcho brasileiro tem um imenso respaldo folclórico e através dele se pode encontrar as manifestações maiores das heranças populares e eruditas, segundo os povoadores, bem como suas respectivas contribuições definidoras das influências através dos hábitos, costumes e maneiras de viver.
A contribuição do açoriano é impressionante. Na região de Torres, o português é cantado igual ao dos Açores, com uma semelhança incrível com a língua portuguesa da Ilha de São Miguel, como Ponta Delgada e outros pequenos núcleos urbanos. É uma fonética própria. O vocabulário campesino ou que demonstra a vida pastoril nos seus diversos momentos tem a marca quinhentista e seiscentista dos açorianos. Mesmo que houve um período que a população do Rio Grande do Sul foi mais de 50% açoriana.
A contribuição do índio e do negro no português do Rio Grande do Sul foi na mesma linha do que aconteceu com o resto do
Brasil. O índio inspirado na natureza e na sua religião possuiu um vocabulário especial com nomes de rios, serras, lugares, árvores, plantas, bichos, flores, etc. Tivemos também a contribuição de militares, oficiais e soldados que vinham de Minas, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e outras capitanias e províncias. A área de fronteira de o contato com a fala espanhola. Daí sob estas influências, o gaúcho tem um falar cantarolado e espaçado dando à fala um pronunciar claro das palavras e dos sons
Temos também a influência do português falado pelo colono alemão e o colono italiano. E mais recentemente a influência também do polonês ou de outras etnias, e são muitas, entretanto é certo que se esboça um visível dialeto teuto-brasileiro o ítalo-brasileiro.
Enfim, o falar do gaúcho é nitidamente de influência açoriana, com a presença luso-brasileira indispensável, além do toque espanhol, mais a avalanche indígena e africana, aumentada por alemães e italianos.
A fala com um dado folclórico pode-se acentuar no caráter nitidamente anônimo da formação da língua portuguesa no Rio Grande Do Sul.