Os trabalhos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para identificar as causas do incêndio no prédio da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP), em Porto Alegre, podem ser baseados em indícios, admitiu hoje o órgão.
De acordo com o Instituto, isso pode ocorrer porque parte da estrutura já desabou e novos desmoronamentos ainda podem ocorrer, devido à extensão dos estragos provocados pelo fogo. Em razão disso, pode ser impossível presumir o ponto de partida das chamas.
Nesta quinta, além dos trabalhos do IGP, a Polícia Civil deu início às investigações. Durante a tarde, quatro servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que presenciaram o momento em que as chamas tiveram início, prestaram depoimento ao delegado Daniel Ordahi, na 17ª Delegacia de Polícia da Capital.
O fato está sendo inicialmente investigado como incêndio culposo – quando não há intenção. Contudo, também não está descartada a possibilidade de incêndio criminoso. Além das quatro testemunhas ouvidas nessa tarde, outros dois servidores da Susepe devem prestar esclarecimentos amanhã.
Buscas
O Corpo de Bombeiros também segue realizando trabalhos de buscas aos dois bombeiros que desapareceram enquanto combatiam as chamas ontem à noite. Além de 10 militares da Companhia Especial de Busca e Salvamento, cinco cães farejadores fazem buscas ao tenente Deroci de Almeida da Costa e ao 2º sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós.
“Não vamos cessar. Passaremos a noite inteira, mantendo esforços, trocando as guarnições, realizando todo e qualquer serviço necessário para encontrar os militares desaparecidos”, disse o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Eduardo Estevam.
Problemas estruturais podem ter provocado fogo
O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, Gustavo Rocha, disse hoje acreditar, com base em informações preliminares, que o incêndio tenha tido origem em razão de problemas relacionados à estrutura elétrica do prédio, construído na década de 70.
Segundo o engenheiro, algumas características da edificação, como o forro revestido de isopor e as divisórias de madeira, também podem ter contribuído para que as chamas tenham se alastrado mais rapidamente.
Inaugurado em 1972, o prédio de nove andares e cerca de 27 metros de altura pertencia à antiga Rede Ferroviária Federal e passou em 2002 a ser usado como sede da SSP.