Covid: RS soma mais de 270 mil pessoas com segunda dose fora do intervalo ideal

Com casos suspeitos da variante Delta, Secretaria Estadual da Saúde (SES) alerta população para necessidade de completar o calendário de imunização

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O Rio Grande do Sul contabiliza 272.535 pessoas sem registro de aplicação da segunda dose da vacina contra o novo coronavírus no sistema de informações do Plano Nacional de Imunizações (SI-PNI), já passado o tempo ideal. Há duas semanas, esse contingente era de 199.358 pessoas. Com a identificação de casos suspeitos da variante Delta, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) alerta a população para a necessidade de completar o calendário de imunização.

Em todo o Estado, das 272.535 pessoas nessa situação ou que não tiveram a aplicação da vacina registrada no SI-PNI, 167.022 começaram a ser imunizadas com a AstraZeneca, 105.473 com a Coronavac e 40 com a Pfizer. A SES informou não ter “o número real’ de segundas doses não aplicadas, mas apenas o de segundas doses não registradas no sistema. A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, esclarece que alguns municípios relataram problemas para inserir os dados no sistema do PNI, o que pode gerar atraso na atualização da vacinação.

Apesar de reconhecer que existe uma parte da população sem a segunda dose, Tani alerta que os números podem ser superestimados, uma vez ocorrem atrasos de registro – de responsabilidade dos municípios. “Há um contingente grande de pessoas que não foram em busca da segunda dose para completar o esquema de vacinação. Mas o Ministério da Saúde também enfrenta problemas no sistema do PNI”, observa.

Porto Alegre

Em Porto Alegre, cerca de 30 mil cidadãos receberam uma dose da vacina contra a Covid-19 e ainda não retornaram ao serviço de saúde para tomar a segunda, passado o tempo ideal de intervalo.

Diretora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Caroline Schirmer lembra ainda que algumas pessoas tomaram a segunda dose com um imunizante diferente do primeiro. “Algumas pessoas mudaram a marca da vacina, o que a gente não recomenda. Tinham tomado Butantan, por exemplo, e foram se vacinar com a vacina da Pfizer. Não é um número muito grande, mas acabou acontecendo”, admite.

Ao destacar as dificuldades do Ministério da Saúde para implementar o PNI no começo do ano, Caroline garante que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforçou nos últimos dias a busca ativa por pacientes. O objetivo é verificar se eles já concluíram o esquema vacinal.

Um aplicativo, que deve ser lançado nas próximas semanas pelo governo federal, vai permitir aos usuários baixar um certificado digital de vacinação. “Com as duas doses registradas no PNI, vai aparecer pelo CPF da pessoa o certificado. E esse certificado vai substituir a carteirinha de vacinação”, revela.