“Há 1 desempregado para cada trabalhador formal no Brasil”, afirma Paulo Guedes

Ministro lamenta que quase metade da força de trabalho nacional está subempregada ou empregada informalmente

Foto: Alan Santos/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta quarta-feira (14) que a pandemia do novo coronavírus evidenciou a existência de 30 milhões de profissionais “invisíveis” no mercado de trabalho brasileiro.

“Para cada empregado na força de trabalho formal, da CLT, há um desempregado. Isso é muito ruim, porque mostra que quase metade da força de trabalho brasileira está subempregada ou empregada informalmente e não contribuem para a Previdência”, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Para Guedes, os informais são “as vítimas” de imposto sobre a folha de pagamento, que, segundo ele, será reduzido pela reforma tributária apresentada pelo governo ao Congresso Nacional.

Reformas

O ministro garantiu que a proposta de reforma tributária não vai aumentar impostos aos consumidores e empresas no Brasil. “Nosso compromisso é simplificar e reduzir impostos”, disse ao lembrar as promessas de campanha. “Nós aumentamos os impostos sobre dividendos e reduzimos para empresas e assalariados”, explicou.

Após as inúmeras críticas feitas à proposta pelos empresários, Guedes disse que a reforma foi alterada e pode, inclusiva, resultar na redução da arrecadação do governo, após a análise de que os cálculos iniciais da Receita “foram extremamente conservadores”.

“Garanto que a reforma é neutra. O que nós fizemos foi correr o risco de redução líquida nos impostos, do que no aumento líquido de arrecadação”, disse ele ao citar que houve uma “recalibragem” dos parâmetros inicialmente propostos.

Segundo Guedes, os membros da equipe econômica do governo “estão muito seguros” da possibilidade de reduzir em 10 pontos percentuais a alíquota de imposto de renda pago pelas empresas.

Ele ressalta ainda que, atualmente, o Brasil é o País que mais tributa. “Vamos baixar isso”, garantiu. “Só a Irlanda, com 15%, e o Chile, com 10%, estariam abaixo do Brasil”, destaca. “Estamos pegando a alíquota básica, que era 15% e puxando para 10% em 2022. Se a arrecadação e o nível do PIB estiverem realmente mais forte, podemos reduzir em mais 2,5 ponto percentual”, explicou.