A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, afirmou à CPI da Pandemia nesta quarta-feira (14) que ela e o Governo Federal tentaram “diversas vezes” reduzir o preço de US$ 15 das doses da vacina Covaxin, do laboratório Bharat Biotech. “Eu tenho inclusive inúmeras evidências, por e-mail, nas quais eu, Emanuela, estou pedindo e colocando o desejo de que aquela vacina custasse menos do que 10 dólares.”
Uma das críticas feita ao acordo do Ministério da Saúde pela Covaxin é a de que as doses da vacina indiana são as mais caras entre todos os imunizantes. A diretora da Precisa contou que no início dos testes, a Bharat anunciou que a dose da vacina custaria menos que uma garrafa de água. “Esse custo foi pensado antes do fim dos testes e jamais foi ofertado a ninguém.”
Segundo a diretora técnica, os US$ 15 de cada dose seriam pagos diretamente ao laboratório indiano. O quanto a Precisa receberia pela intermediação ela não pode dizer por haver uma “cláusula de confidencialidade” no acordo. Emanuela contou que os primeiros contatos da Precisa Medicamentos com a Bharat Biotech ocorreram em julho de 2020.
A primeira conversa com o Ministério da Saúde ocorreu em 3 de novembro do ano passado e o contrato de aquisição foi firmado em 25 de fevereiro de 2021. Ela disse ainda que a Precisa foi quem procurou o laboratório da Índia por ter uma longa relação com o país: os preservativos femininos que a empresa vendeu ao governo brasileiro também são de origem indiana.
A CPI marcou para esta quarta-feira também o depoimentos do dono da Precisa, Francisco Maximiano, sobre a tentativa de compra pelo governo Bolsonaro da vacina indiana.