A CPI da Covid no Senado ouvirá nesta quarta-feira (14) o presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e a diretora técnica da empresa, Emanuela Medrades, sobre a compra pelo governo Bolsonaro da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.
A negociação em que os dois estão envolvidos é o foco da CPI atualmente, e acabou resultando em abertura de investigação pela Polícia Federal contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por suposta prevaricação.
Sendo também alvos da investigação da PF, Medrades e Maximiano terão o direito ao silêncio em resposta a perguntas dos senadores que os levem a se autoincriminar. O abuso do instrumento, no entanto, poderá ser apontado de acordo com a avaliação da CPI.
O caso surgiu depois de denúncia do deputado Luis Miranda e o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda, de corrupção na compra da Covaxin. Eles confirmaram as alegações à CPI e ainda disseram que avisaram Bolsonaro pessoalmente no dia 20 de março de indícios de irregularidades na primeira Invoice (notas fiscal) do contrato.
A data do envio deste documento é hoje um aspecto central da investigação. Enquanto os irmãos afirmam ter recebido o documento com indícios de fraude no dia 18 de março, a Precisa alega que a nota fiscal só foi entregue no dia 22, e portanto não poderia ter sido tema de conversa entre a dupla e o presidente Bolsonaro.
A versão atual da empresa, no entanto, foi contrariada pela própria Emanuela Medrades, durante audiência pública do Senado no dia 23 de março. Na ocasião, ela afirmou que na “quinta-feira passada” – o que equivalia a época também ao dia 18 – a Precisa havia enviado a primeira nota fiscal ao Ministério da Saúde.