Diretora da Precisa acusa governo de mentir em documento à CPI da Pandemia

Diretora da Precisa afirmou que, ao contrário do que diz o governo, não houve proposta de US$ 10 em reunião com laboratório

Foto: Pedro França/Agência Senado

A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, acusou o Ministério da Saúde de ter mentido em documento enviado à CPI da Pandemia no qual se afirma que houve uma proposta de US$ 10 por dose da vacina Covaxin na reunião entre representantes da pasta e do laboratório indiano Bharat Biotech, em 20 de novembro.

“Essa memória [ata] de reunião foi unilateral, confeccionada pelo Ministério da Saúde em que nós, parte do acordo, não tivemos oportunidade de ler, assinar ou validar o que estava escrito. O que eu posso garantir é que não houve nenhuma oferta de US$ 10.”

A diretora diz que a oferta inicial feita ao Brasil pela Bharat Biotech era de US$ 18, e só foi recebida pela Precisa em 9 de dezembro. O valor acabou sendo rebaixado para US$ 15 durante as negociações, explicou a executiva. A reunião ocorreu, segundo ela, no Ministério da Saúde. “Se em algum momento esse valor foi citado foi com o objetivo de expectativa de baixar os preços”, tentou consertar a executiva.

“Se em algum momento esse valor foi citado foi com o objetivo de expectativa de baixar os preços”, tentou consertar a executiva. O texto da memória da reunião foi lido pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). No texto escrito pela pasta fica claro que havia uma proposta de US$ 10 em discussão e que ele poderia ser reduzido caso o país comprasse grandes lotes do imunizante.

Emanuela garante que a memória da reunião “é mentirosa” porque não foi feita qualquer oferta de valor por parte dos representantes do laboratório indiano. “Eu não sei por que colocaram isso aí, por que nós não ofertamos vacina a US$ 10. Nem a Precisa nem a Bharat”, declarou.