O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (14) que o Brasil não vai contar com os imunizantes contra covid-19 da indiana Bharat Biotech (Covaxin) e do Instituto Gamaleya (Sputnik V), da Rússia.
A declaração, dada à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, ocorre no momento em que as duas vacinas enfrentam dificuldades de liberação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de estarem no centro das investigações da CPI da Pandemia no Senado.
Queiroga ressaltou que os contratos firmados com a Fiocruz/AstraZeneca, Instituto Butantan, Pfizer, Janssen e com o consórcio Covax Facility garantem ao país cerca de 600 milhões de doses neste ano. Ele disse que o objetivo agora é antecipar o maior quantitativo possível de vacinas.
“Entendemos que o que temos de número de doses já é o suficiente para imunizar a população brasileira até o final do ano. O que temos feito é buscar a antecipação de doses. Já conseguimos antecipar com a Janssen 1,8 milhão de doses que estavam previstas para o último trimestre, mais 7 milhões da Pfizer, que estavam previstas para o final de julho. Em julho temos previsão de 40 milhões de doses para serem entregues. Em agosto, a expectativa é que tenhamos 60 milhões de doses. São 100 milhões de doses de vacinas nos próximos dois meses, o que garante que a nossa campanha vai avançar com efetividade.”
O contrato para compra de 20 milhões de doses da Covaxin, junto à intermediária Precisa Medicamentos, foi suspenso pelo ministro há duas semanas para que sejam investigadas suspeitas de irregularidades. Tanto a Covaxin como a Sputnik V receberam uma autorização de importação considerada inviável para uso, já que autoriza a aplicação das vacinas em somente 1% da população. A justificativa do órgão regulador foi a ausência de documentos necessários que comprovassem a segurança dos produtos.
A Bharat Biotech, por exemplo, foi reprovada na certificação de boas práticas de fabricação.