A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, mudou sua versão sobre o envio da invoices (faturas para importação de produtos) ao Ministério da Saúde para o contrato da compra da vacina Covaxin pelo governo, afirmando à CPI da Pandemia nesta quarta (14) que a primeira comunicação nesse sentido se deu apenas no dia 22 de março.
Naquela semana, antes de estourarem denúncias de supostas irregularidades no contrato, ela afirmou em debate virtual promovido pelo Senado sobre vacinas que havia enviado invoices no dia 18 de março.
A data é a mesma apontada pelo denunciante Luis Ricardo Miranda, que é chefe da divisão de importação no Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) ter sofrido “pressão anormal” para liberar a importação da vacina. O imunizante é o mais caro entre os negociados pelo Governo Federal, e o contrato de R$ 1,6 bilhão já foi suspenso pelo governo.
A invoice que ele afirma ter recebido no dia 18, com pedidos como pagamento antecipado em nome de uma empresa intermediária não prevista no contrato e número menor de doses em relação ao contrato é base da denúncia e teria sido apresentada ao presidente Jair Bolsonaro em reunião dois dias depois, em 20 de março.
Nesta quarta, Emanuela Medrades afirmou que não foi “detalhista na questão das datas” no debate no Senado em março. Ela diz desafiar Luis Ricardo Miranda e o consultor do Ministério da Saúde Willian Amorim Santana, que também aponta o dia 18 como data de envio da invoice, a provarem que ela está mentindo. Sugeriu ainda que seja feita uma acareação. “Desafio William Amorim e Luis Ricardo a provarem que receberam no dia 18 porque não vão conseguir”, disse.
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