O setor de serviços engatou a segunda alta consecutiva ao crescer 1,2% em maio, na comparação com abril, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (13), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) faz o setor recuperar o patamar de fevereiro do ano passado, último mês sem os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional.
A retomada do nível pré-pandemia no setor que mais contribui para as riquezas nacionais havia sido atingido no mês de fevereiro, mas acabou logo revertido com a queda de 3,1% do segmento em março, mês marcado pelo recrudescimento da segunda onda da pandemia, o que ainda não foi recuperado.
“O setor vinha mostrando boa recuperação, mas, em março, com um novo agravamento do número de casos de covid-19, governadores e prefeitos de diversos locais do país voltaram a adotar medidas mais restritivas, afetando o funcionamento das empresas de serviços. Em abril e maio essas medidas começam a ser relaxadas e o setor volta a crescer”, aponta Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de serviços teve crescimento de 23%. Trata-se da terceira taxa positiva seguida e a mais intensa da série histórica iniciada em janeiro de 2012.
“A magnitude de crescimento do volume de serviços no mês é explicada, sobretudo, pela baixa base de comparação, já que o setor de serviços havia recuado 19,3% em maio de 2020, pois ainda estavam vigentes muitas medidas sanitárias que reduziam a mobilidade da população e restringiam o funcionamento dos estabelecimentos considerados não essenciais”, ressalta Lobo.
Com os resultados recentes, o setor de serviços ainda se encontra 11,3% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014. No ano, o setor acumula alta de 7,3% e nos últimos 12 meses registra queda de 2,2%.
Dos cinco ramos de atividades investigadas pela pesquisa, três tiveram crescimento em maio na comparação com o mês de abril, com maior destaque para o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que avançou 3,7% no período.
““A expansão nos transportes tem muito a ver com a queda no preço das passagens aéreas, além do aumento da demanda por esse serviço. O transporte aéreo cresceu 60,7% em maio. Além disso, o segmento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,6%), que também compõe a atividade, continua em ascensão”, analisa Lobo.
Outro dado positivo ficou por conta dos serviços prestados às famílias (+17,9%), que apresentaram a maior alta dentre todas as atividades investigados. O segmento, no entanto, segue 29,1% abaixo do registrado antes da pandemia.
As atividades de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve alta de 1% em maio, também não se recuperaram ainda e seguem 2,7% abaixo do nível em que se encontrava em fevereiro de 2020.
Os serviços de informação e comunicação e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e outros serviços aparecem, respectivamente, 6,4%, 4,7% e 3,3% acima do volume registrado no período pré-pandemia do novo coronavírus.
A pesquisa mostra ainda que o índice de atividades turísticas cresceu pelo segundo mês seguido com a alta de 18,2% na comparação com abril. O segmento, no entanto, segue 53,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020.
“Esse avanço recente recupera boa parte da queda de 26,5% observada em março, que foi um mês com maior número de limitações ao funcionamento de determinados estabelecimentos”, destaca o pesquisador.