Novas denúncias levam ex-secretário Elcio Franco ao centro da CPI da Pandemia

Coronel e ex-secretário executivo do Ministério da Saúde foi citado por envolvidos em supostos esquemas por compra de vacinas

Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado / Divulgação

Com a chegada de denúncias de corrupção na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro, o nº2 de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, o ex-secretário executivo e coronel Antônio Elcio Franco, virou o foco da CPI da Covid após ter seu nome citado em supostos esquemas de corrupção na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro.

O primeiro, que envolve a compra da vacina indiana contra covid-19 Covaxin, foi taxativamente negado por Franco depois que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda afirmaram que subordinados diretos do ex-secretário pressionaram funcionários para fechar um negócio com indícios de corrupção.

Em resposta, o agora assessor especial da Casa Civil acusou, ao lado do ministro Onyx, Lorenzoni a dupla de fraudar as notas fiscais suspeitas da compra e rebateu suposto favorecimento pela aquisição da vacina, que bloqueou R$ 1,6 bilhão do orçamento público.

O vazamento de outra denúncia poucos dias depois, envolvendo a compra fraudulenta da vacina da Astrazeneca, voltou a colocar o militar dentro de possíveis casos de corrupção no ministério. Desta vez, o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias, acusado de ter pedido propina por cada dose comprada, atribuiu a Elcio Franco a responsabilidade pela decisão final sobre a compra de todas vacinas que eram oferecidas ao governo.

O mesmo peso já havia sido atribuído a Franco pelo ex-ministro Eduardo Pazuello, para justificar à CPI a demora do governo de pouco mais de sete meses para fechar contrato pelas vacinas da Pfizer.

Além disso, Dias também afirmou em seu depoimento, sem citar nomes, que dois colegas seus no período em que ele atuou como diretor da pasta foram demitidos injustamente por Elcio Franco. A informação levantou suspeitas da cúpula da CPI por uma suposta disputa política em cargos de decisão do ministério.

Por isso, o militar é sugerido constantemente por senadores como participante de futuras acareações com as partes envolvidas que denunciam ou se defendem de esquemas de corrupção.

Franco deve ser reconvocado para mais um depoimento à CPI, como defendido por senadores integrantes do grupo oposicionista e independente ao governo Bolsonaro – maioria da comissão.