Diretora da Precisa Medicamentos pode ficar calada hoje na CPI da Covid

Emanuela Medrades, da empresa que teria intermediado negociação da Covaxin, conseguiu habeas corpus no STF

Foto: Pedro França / Agência Senado

CPI da Covid no Senado tenta ir um pouco mais a fundo na negociação do governo federal para a compra das vacinas Covaxin. A partir das 9h, a comissão ouve Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos, empresa responsável pela intermediação entre Brasil e o laboratório Bharat Biotech, da Índia.

Ela obteve nessa segunda-feira (12), no Supremo Tribunal Federal, o direito de permanecer em silêncio para não produzir provas contra si. O Supremo negou o pedido feito pela diretora técnica para que não fosse obrigada a comparecer à comissão.

Na sexta-feira (9), a CPI ouviu o consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana, que deu mais detalhes do acordo e disse que todas as suas conversas se davam com Emanuela.

O contrato de R$ 1,6 bilhão estabelecido entre o governo federal e a Precisa tornou-se alvo da CPI após denúncia do servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda e de seu irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), sobre irregularidades no acordo.

A convocação da diretora da Precisa foi feita pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e aprovada pela CPI em 30 de junho, quando também foi aprovada a transferência de sigilo telefônico e telemático da convocada.

“Para que seja possível esclarecer os detalhes de potencial beneficiamento da Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, na negociação de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde, faz-se necessária a oitiva da Sra. Emanuela Medrades, diretora técnica de referida importadora”, afirma Alessandro em seu requerimento.

Nesta quarta-feira (14) está prevista a oitiva do reverendo Amilton Gomes de Paula. Ele recebeu aval do Ministério da Saúde para negociar com a empresa Davati a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro em março deste ano.

A Davati é a empresa que, também por meio do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, ofereceu o mesmo número de vacinas ao ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias.