Após ficar em silêncio ao longo do dia, o que levou a um novo posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito, a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, teve o depoimento adiado para esta quarta-feira, às 9h. Em nova tentativa de ser ouvida na noite desta terça, ela alegou exaustão, que não tinha condições de depor, mas se comprometeu a colaborar amanhã.
“Estou disposta a esclarecer, só peço um adiamento de 8 horas”, pediu Emanuela, nos primeiros questionamentos feitos na noite desta terça-feira. “Estou física e emocionalmente exausta.” O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse à depoente que a situação se estendia a todos ali, mas decidiu atender ao pedido, remarcando a oitiva.
Direito ao silêncio
Emanuela chegou à CPI às 10h30min, já com o direito ao silêncio em perguntas autoincriminatórias, mas a recusa em responder a perguntas básicas dos senadores levou a CPI a ir ao STF para pedir esclarecimentos ao ministro Luís Fux sobre os fundamentos da decisão.
Em resposta, Fux afirmou que cabe aos senadores avaliarem se a depoente abusa ou não do direito de ficar em silêncio e, caso julguem necessário, adotarem os instrumentos cabíveis e à disposição da CPI para “adotar providências”, nesse caso.
Coube a Emanuela, por meio da intermediária Precisa, a negociação do contrato entre o Ministério da Saúde e o laboratório Bharat Biotech, da Índia, na negociação de 20 milhões de doses da Covaxin, no primeiro trimestre de 2021.
A compra é alvo de investigação da Polícia Federal, depois que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda afirmarem que avisaram o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de irregularidades no contrato.