Saída de remanescentes da Vila Nazaré permitirá retomada de obras no Salgado Filho

Processo de realocação de moradores da Nazaré deve ser concluído hoje

Em 2019, mais de mil famílias viviam na Nazaré. No início deste ano, eram 111 núcleos. Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Mais de dois anos após o seu início, o processo de remoção das famílias que viviam na Vila Nazaré, localizada na zona Norte de Porto Alegre, será concluído nesta segunda-feira (12). Com isso, a Fraport – empresa alemã responsável pela administração do Aeroporto Salgado Filho – poderá dar continuidade à obra de ampliação da pista, parada desde maio.

Os últimos moradores vão residir no condomínio Irmãos Maristas, que fica no bairro Rubem Berta, que abriga centenas de pessoas que também viviam às margens do terminal aéreo. Uma outra parte do grupo foi transferida para o loteamento Senhor do Bom Fim, no bairro Sarandi, enquanto alguns receberam indenizações para deixar a Vila Nazaré.

“São duas unidades familiares, de uma mesma família, que haviam concordado em deixar a Nazaré desde o início do processo. No entanto, haviam pendências cadastrais junto à Caixa Econômica Federal que só foram superadas agora”, explica o secretário de Habitação e Regularização Fundiária da Capital, André Machado.

Em 2019, mais de mil famílias viviam na Vila Nazaré. No início deste ano, a prefeitura contabilizava 111 núcleos remanescentes no local, todos com pendências burocráticas e judiciais. A entrega da pista ampliada do Salgado Filho foi adiada em oito meses – prazo que deve ser estendido ainda mais, uma vez que se encerra em agosto.

“A Justiça fez acordo com 51 destas famílias, e outras 12, que eram as mais resistentes, fecharam acordos administrativos junto ao Demhab. Com isso, esperamos dinamizar a economia do Rio Grande do Sul para, através do desenvolvimento econômico, trazer desenvolvimento social ao nosso Estado”, ressalta Machado.

Obras

O projeto do terminal aéreo porto-alegrense prevê que a pista tenha 920 metros a mais de comprimento, passando de 2.280 para 3.200 metros. Quando pronta, a obra permitirá que o principal aeroporto gaúcho receba aviões maiores e mais pesados, favorecendo especialmente o transporte de cargas.

Atualmente, o Salgado Filho processa cerca de 35 mil toneladas/ano – número que pode passar a 100 mil em breve. Procurada pela reportagem da Rádio Guaíba, a Fraport não informou qual o panorama atual do empreendimento e, tampouco, se há uma nova previsão de conclusão.