Bolsonaro: ‘Prevaricação se aplica ao servidor público, não a mim’

Em entrevista após encontro com Luiz Fux, do STF, presidente afirmou que toma providências diante das denúncias que recebe

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não está sujeito a sanções legais por crime de prevaricação. Ele se manifestou, no fim da tarde desta segunda-feira, em entrevista coletiva realizada após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.

“O que eu entendo que é prevaricação se aplica ao servidor público, não a mim. Mas em qualquer denúncia de corrupção eu tomo providências. Até a do Luis Miranda, mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, eu conversei com o (ex-ministro Eduardo) Pazuello. Ele viu e não tem nada de errado”, disse.

Logo em seguida, no entanto, Bolsonaro se contradisse ao afirmar: “Já estamos tomando providências. Vamos corrigir o que está sendo feito”. Bolsonaro alegou, ainda, que o deputado federal Luis Miranda, autor da denúncia das supostas irregularidades no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin, cometeu crime caso tenha gravado conversa com o presidente, e afirmou que não se recorda de ter tratado da compra dos imunizantes com o parlamentar.

Gravação

“Se houve gravação, isso é crime. Nada que eu me lembre foi tratado com ele, Luis Miranda, com a ênfase que ele está dizendo, até porque ele foi tratar de vários assuntos. Eu recebo qualquer um. Se ele gravou, está forjado o caráter dele. Eu não vou falar para divulgar ou não divulgar, é da consciência dele”, disse.

Bolsonaro se recusou a revelar detalhes sobre conversas com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apontado por Miranda como o responsável pelas tratativas com a empresa intermediária no processo de compra dos imunizantes.

O chefe do Executivo também repetiu não ter como ter conhecimento de todas as medidas dos 22 ministérios do governo.