A avaliação negativa da gestão Jair Bolsonaro permanece em alta, mostra nova rodada da pesquisa XP/Ipespe. A tendência vem sendo registrada nos últimos 11 levantamentos do instituto. Desde outubro, quando atingiu o menor patamar recente, o grupo que considera o governo ruim ou péssimo passou de 31% para os 52% capturados agora – o maior índice desde o início da atual gestão. No mesmo período, a parcela que avalia o governo como bom ou ótimo caiu de 39% para 25%.
A XP/Ipespe realizou 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, nos dias 5, 6 e 7 de julho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A piora na imagem do governo acontece em descompasso com outros indicadores, como a melhora na percepção sobre o caminho da economia (a avaliação de que ela está no caminho certo oscilou de 29% para 30%) e o medo sobre a pandemia de coronavírus (caiu de 45% para 38% os que dizem estar com muito medo).
Suspeitas de corrupção
Em um momento em que o governo é confrontado com suspeitas em negociações sobre a compra de vacinas, a percepção de que o noticiário é negativo para o presidente segue em alta e atingiu 60% – indicador que mantém correlação com a avaliação do governo.
Sobre as suspeitas de desvios, 81% dizem ter tomado conhecimento – elas são consideradas provavelmente verdadeiras por 63%. Para 41% há envolvimento de membros do governo e para 15%, de Jair Bolsonaro. Outros 28% dizem considerar que haja envolvimento dos dois.
Sobre um pedido de impeachment do presidente, há divisão da população: 49% dizem ser favoráveis e 45% são contrários – há cinco meses, os favoráveis eram 46% e os contrários, 47%.
Eleições para presidente
A rodada de julho da pesquisa XP Ipespe mostra que, a 15 meses da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém trajetória de crescimento e atinge 38% das intenções de voto, contra 26% de Jair Bolsonaro – a distância, que era de 4 pontos percentuais em junho, passou para 12.
Na sequência aparecem Ciro Gomes (10%), Sérgio Moro (9%), Mandetta (3%), João Doria (2%) e Guilherme Boulos (2%).
Em um cenário alternativo, em que Doria é substituído por Eduardo Leite, do mesmo partido, o governador do Rio Grande do Sul vai a 4%. Nesse mesmo cenário, Moro é substituído por Datena, que pontua 4%. A liderança permanece com o ex-presidente Lula, com 35% – 8 pontos à frente de Bolsonaro, com 27%.
No cenário espontâneo, em que não são apresentados os candidatos, Lula e Bolsonaro são os mais mencionados: o ex-presidente oscila 1 ponto percentual em relação a junho, e chega a 25%. O atual mandatário recua 2 pontos e aparece com 22%.