Sindicato dos Rodoviários aguarda reunião sobre possível parcelamento de salários

Segundo a categoria, encontro acontece na tarde desta segunda-feira

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Uma reunião, marcada para a tarde desta segunda-feira (5), deve encaminhar a posição dos trabalhadores que operam as linhas de ônibus em Porto Alegre sobre o parcelamento de salários nas empresas Trevo e Restinga. O encontro vai acontecer na garagem das companhias e deve contar com a presença de diretores e integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte da Capital (Stetpoa).

Segundo a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), os vencimentos do mês de junho serão pagos em duas parcelas. A previsão é de que a primeira, com limite fixado em R$ 600 por funcionário, seja depositada nesta terça-feira (6). O restante precisa ser integralizado até o fim do mês, em data ainda não definida. Os profissionais compareceram normalmente ao trabalho hoje, mas garantem que não vão aceitar a medida.

“As empresas estão carregando entre 400 mil e 500 mil pessoas por dia, segundo dados que tivemos acesso, e ainda aumentaram a passagem. Nos últimos dois anos, não tivemos reajuste nos salários e tickets. Onde eles querem chegar com essa situação? Os trabalhadores não podem correr esse risco. Quando eles tiveram lucro, nunca dividiram com nós”, critica Alessandro Ávila, vice-presidente do Stetpoa.

O parcelamento dos salários dos funcionários das empresas Trevo e Restinga foi anunciado pouco mais de uma semana após a interrupção da circulação de ônibus das companhias, graças à falta de combustível. Na ocasião, 36 linhas tiveram as tabelas horárias alteradas – sendo 18 na quinta, e 18 na sexta-feira. Atualmente, a demanda dos passageiros é atendida pelas demais companhias que integram o consórcio Viva Sul.

Prefeitura não teria sido notificada do problema

O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, diz que não foi informado de nenhum problema referente ao pagamento de salários dos rodoviários. “Oficialmente, não chegou nada. Sabemos que as empresas estão em dificuldades, mas não houve comunicado algum. Entrei em contato com eles durante o final de semana para tentar resolver a crise [do óleo diesel] e não falaram nada disso”, garante.

A crise no sistema de transporte coletivo de Porto Alegre motivou o envio de uma série de projetos de Lei, criados pelo Executivo, à Câmara de Vereadores. Dentre eles, destaca-se o que prevê a desestatização da Carris – autarquia que opera as linhas transversais da cidade. As matérias serão o foco do governo de Sebastião Melo (MDB) assim que a Reforma da Previdência for aprovada em segundo turno.