Rosa Weber autoriza investigação contra Bolsonaro por compra da Covaxin

Presidente é investigado por suposta prevaricação depois de ter sido alertado de irregularidades no contrato do imunizante

Bolsonaro negou ter sido alertado de corrupção pelo deputado federal Luis Miranda | Foto: Isac Nóbrega / PR

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber autorizou, nesta sexta-feira, a abertura de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação no processo de compra da Covaxin. O pedido de inquérito foi enviado também nesta sexta, pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.

O pedido à PGR surgiu de notícia-crime de senadores a partir das denúncia feitas à CPI da Covid pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, que dizem ter avisado Bolsonaro sobre suspeitas de irregularidades na compra do imunizante no dia 20 de março.

A investigação vai responder se Bolsonaro não tomou as medidas cabíveis, o que constitui crime de prevaricação. A Procuradoria defendia esperar o fim da CPI para dar prosseguimento ao processo aberto pelos parlamentares no STF, o que foi negado pela ministra. Weber decidiu que o órgão não poderia mais adiar parecer.

Desde a explosão da denúncia, o governo apresentou diferentes versões sobre o caso. A primeira foi a resposta do ministro-chefe da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e assessor especial da Casa Civil Elcio Franco, que acusaram os irmãos de forjar os documentos com irregularidades na compra.

Durante sessão da CPI da Covid na quarta-feira (30), o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), foi de que Bolsonaro pediu investigação interna do escândalo após ter sido alertado pelos irmãos Miranda no dia 20 de março. O presidente, porém, já negou durante uma live que tenha sido informado pelo deputado de problemas no contrato.