Panificação, produtos industrializados, alimentação animal e exportação são alguns dos destinos do trigo brasileiro. As mudanças que estão acontecendo no mercado e as novas oportunidades de consumo de trigo no Brasil e no mundo serão discutidas no Fórum Nacional de Trigo 2021, que acontece em formato online no dia 26 de julho, junto com a programação da 14ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (27, 28 e 29).
As movimentações no comércio internacional de trigo serão apresentadas na palestra de abertura do Fórum pelo diretor da Praktika Consultoria e representante da Sodrugestvo no Brasil, Douglas Araújo. Segundo ele, em duas décadas a Rússia se tornou de importador para o maior exportador de trigo no mercado mundial e trabalha para aumentar gradualmente a área de cultivo, com meta de chegar a produção de 100 milhões de toneladas nos próximos anos, um modelo que pode inspirar o Brasil.
“O trigo brasileiro tem conquistado mercados e, se houver excedente, naturalmente existirão compradores para grãos destinados aos mais diferentes usos, na alimentação humana ou animal”, afirma Douglas Araújo, lembrando que o trigo brasileiro precisa de volume e competitividade para participar efetivamente do cenário internacional.
Durante o primeiro ano de pandemia, o consumo de biscoitos doces e salgados cresceu 40% no Brasil. O consumo de pães industrializados subiu 10%. Um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) indica o aumento de 15,9 para 16,7 kg/hab/ano de 2018 para 2020 no consumo de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados.
As vendas destes produtos subiram 9,6% em comparação com 2019. Os números fazem parte do Anuário 2021 da ABIMAPI que apresenta as mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros durante a pandemia, como compras em maior quantidade para reduzir menos idas aos pontos de venda, embalagens maiores e com mais unidades numa combinação entre a economia doméstica e a maior permanência dentro de casa.
O que mudou no consumo de alimentos à base de trigo e como será o cenário pós-pandemia será tema da palestra do presidente-executivo da ABIMAPI, Cláudio Zanão. “Apesar da chegada da pandemia, a constante alta do dólar e a instabilidade política, a alta do consumo das categorias se manteve firme durante 2020. A liberação das parcelas do auxílio emergencial pelo governo federal foi determinante para as vendas do setor, com os consumidores adaptando o orçamento apertado às necessidades básicas. Para este ano, o fator que deve ser determinante para o crescimento contínuo das vendas de derivados de trigo é a prorrogação do programa Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda do governo federal”, diz Zanão.
O uso dos cereais de inverno em substituição ao milho na alimentação animal integra a programação do Fórum com a participação de Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “A alta histórica dos custos de produção se somam aos custos de manter o abastecimento em meio à pandemia, impactando os preços dos produtos para o consumidor. Por isso, levantar o debate sobre a busca por insumos alternativos para a cadeia produtiva de proteína animal é fundamental e estratégico para a produção de alimentos”, avalia Turra.
“A programação do evento vai trazer uma visão ampla sobre o consumo do trigo num cenário pós-pandemia, contemplando desde os desafios e oportunidades para o setor produtivo até o consumidor final”, explica o coordenador técnico do Fórum, Osvaldo Vieira.
O Fórum Nacional de Trigo 2021 é uma realização da Embrapa Trigo, com o apoio da Fundação ABC e da Biotrigo, realizado junto com a 14ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, que conta com o patrocínio das empresas Adama, Agrária, Apasem, Apassul, Bayer, Basf, Coamo, Cocamar, FMC, Helm, Ihara, Integrada Cooperativa, Syngenta, Unium e UPL.
Veja a programação completa em https://www.reuniaodetrigo.com.br
