A eficácia da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 é 2,6 vezes menor contra a variante Delta, de origem indiana, afirmou hoje Denis Logunov, vice-diretor de Pesquisa do Centro Gamaleya, que desenvolveu o imunizante. A Sputnik V mostrou uma eficácia de 97,6% na campanha de vacinação dos russos, mas a variante Delta reduziu “ligeiramente” a atividade da vacina”, afirmou Logunov em entrevista coletiva.
O vice-diretor ressalta, no entanto, citando revistas estrangeiras, que a eficácia das vacinas Pfizer e Moderna contra a variante Delta é ainda menor – em 3 a 5 vezes – em relação ao vírus original. Segundo o diretor da Gamaleya, Alexandr Gintsburg, cerca de 90% dos novos casos de Covid-19 registrados na Rússia envolvem a variante indiana.
Tanto ele quanto Logunov destacaram que a única forma de conter a pandemia é por meio da vacinação em um país onde apenas 22,2 milhões de pessoas foram inoculadas até o momento, o que corresponde a 15,18% da população, segundo a página Gogov.ru, a única que coleta dados atualizados e por região, na ausência de dados oficiais com detalhes.
Na semana passada, as autoridades começaram a falar em doses de reforço devido ao aumento dos casos de Covid-19 na Rússia. Com quase 21 mil novas contaminações por dia no país, mais de uma dezena de regiões implementaram a vacinação obrigatória para funcionários do setor de serviços e da administração pública.
O Ministério da Saúde recomendou doses de reforço a cada seis meses, se houver uma nova onda da doença, e uma vez por ano, quando a epidemia estiver “calma”.
Gintsburg concordou com essas diretrizes, inclusive para aqueles que já tiveram a doença, a fim de manter os anticorpos elevados constantemente.
