Anvisa se reúne com Butantan para discutir estudo da ButanVac

Ainda há pendências para início de testes em humanos, conforme o órgão regulador

Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram, na manhã desta terça-feira, com representantes do Instituto Butantan para tratar do estudo clínico da ButanVac, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo centro de pesquisa paulista.

Em nota, o órgão regulador afirmou que “o objetivo foi avaliar os dados apresentados pelo Instituto, que estão sendo levantados antes do início da aplicação da vacina em seres humanos”.

Embora já tenha a aprovação da Anvisa, a aplicação da ButanVac nos voluntários ainda não teve início por haver necessidade da apresentação de dados específicos sobre, por exemplo, a inativação do vírus utilizado na vacina.

A previsão do governo de São Paulo era iniciar os testes da ButanVac ainda neste mês, prazo que não deve ser cumprido. De qualquer forma, o instituto já abriu o pré-cadastro para selecionar 418 voluntários acima de 18 anos que farão parte da primeira rodada dos ensaios clínicos.

Como funciona a ButanVac?

A ButanVac começou a ser desenvolvida há um ano. Ela utiliza a mesma tecnologia da vacina da gripe, já fabricada pelo Butantan. O imunizante é feito a partir de um vírus de gripe aviária inativado, chamado Newcastle.

Esse vírus funciona como vetor para transportar a proteína Spike, que é por onde o coronavírus se liga à célula humana. Esse fragmento da proteína Spike orienta o corpo a induzir a resposta imune contra a Covid-19.

A nova vacina vai usar a proteína da variante do Amazonas (Gama), de acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cepa do coronavírus que deve predominar no país.

Assim como a vacina da gripe, a ButanVac é criada dentro de ovos embrionados, não havendo necessidade de insumos de fora do país. O número e intervalo das doses serão definidos após o fim dos testes.