A prefeitura de Uruguaiana encaminha, nesta segunda-feira (28), os nomes das pessoas que se recusaram a tomar a vacina contra a Covid-19 após ficarem sabendo qual a fórmula que estava sendo oferecida nas unidades de saúde. Segundo a administração da cidade, o problema é identificado desde a chegada das doses da Pfizer/BioNTech ao interior gaúcho – e se acentuou ainda mais com o início da aplicação do imunizante da Janssen.
A CoronaVac, do Instituto Butantan, e a vacina de Oxford/AstraZeneca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem motivado o maior número de casos de rejeição. Entretanto, com a disponibilidade das doses únicas do laboratório da Johnson & Johnson, a fórmula da Pfizer também passou a ser preterida pelas pessoas – que, em muitos casos, abandonam a fila instantes antes da aplicação.
“Estamos fechando esse levantamento para saber quantas pessoas, escancaradamente, disseram que não iriam tomar a vacina que estávamos oferecendo em prol da Janssen. Isso nos trouxe um atraso, porque as nossas equipes tem que preencher todo um formulário, e no final desse atendimento as pessoas viram as costas e vão embora”, lamenta o prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello (PP).
Procurado pela equipe da Rádio Guaíba, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) informou que este é o primeiro caso do tipo no Estado. Ainda conforme o órgão, a situação está fora da alçada dos procuradores – uma vez que a população tem, inclusive, o direito de não se vacinar. A orientação é de que os municípios promovam campanhas de conscientização para evitar a repetição dos fatos registrados em Uruguaiana.
Entretanto, segundo o prefeito da cidade, o envio da lista será mantido como forma de dar segurança à administração. “Vamos dizer que, amanhã ou depois, alguém dá entrada no hospital e relata que não recebeu a vacina. Bom, vamos ter os porquês disso não ter acontecido. Não será porque o município se negou a alcançar o imunizante pra essas pessoas, e sim porque elas não tiveram interesse”, explica.
Atualmente, a prefeitura de Uruguaiana oferece a primeira dose para todos com mais de 40 anos. A expectativa é de que a população adulta da cidade tenha acesso à vacina inicial antes mesmo da data prevista pelo Governo do Estado – que, na semana passada, anunciou um cronograma com fim em 20 de setembro. Todas as quatro fórmulas em circulação no país são aplicadas no Rio Grande do Sul.
