CPI identifica servidor citado em suposta propina ligada à Covaxin

Vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que vai protocolar requerimento para a convocação de Rodrigo de Lima

Foto: Pedro França / Agência Senado

O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda identificou, nesta sexta-feira, à CPI da Covid, a identidade do colega que, segundo ele, relatou ter recebido pressão e até uma proposta de propina para agilizar o contrato de compra da vacina indiana Covaxin contra a Covid-19.

O nome foi apresentado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que interrompeu o depoimento de Miranda para citar um funcionário terceirizado do Ministério, identificado como “Rodrigo de Lima”. “É isso, ele é terceirizado, mas eu não lembro de cabeça”, respondeu o depoente, ao que foi interrompido pelo senador: “Só porque foi com ele que eu tive umas informações sobre atenção especializada na Saúde”. “Então é ele mesmo, é ele mesmo”, confirmou o servidor.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou em seguida que vai protocolar requerimento para a convocação de Rodrigo de Lima a prestar depoimento.

A dúvida sobre o nome do servidor surgiu, mais cedo, depois que Miranda mostrou aos senadores mensagens trocadas com o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), falando de um colega no ministério que havia citado uma proposta de propina. Ele foi então cobrado pelos senadores por mais detalhes sobre o colega, mas só conseguiu se lembrar do primeiro nome até a intervenção do senador Izalci.

“O ministério estava sem vacina e um colega de trabalho, Rodrigo, servidor, me disse que tinha um rapaz que vendia vacina e que esse rapaz disse que os seus, alguns gestores, estavam pedindo propina”, disse Miranda.

Ricardo Miranda também afirmou ter sido pressionado por superiores no ministério para agilizar a compra, que tinha indícios de superfaturamento e corrupção. O fato, contou o servidor, foi exposto ao próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em reunião entre ele, o deputado Luis Miranda e o chefe do Executivo federal.