Pandemia está longe do fim, alerta Gabbardo em Porto Alegre

Para ele, mesmo que os reflexos da imunização já estejam sendo sentidos, nível de transmissibilidade é o que vai definir uma possibilidade de fim da pandemia

Foto: Joel Vargas/AL

O coordenador executivo do Centro de Contingência de Combate ao Coronavírus do governo do estado de São Paulo, João Gabbardo dos Reis, disse que a pandemia está longe do fim no Brasil. “Quem hoje pensa que a gente já pode começar, em função da imunização, a flexibilizar e a dispensar o uso das máscaras e achar que a gente pode começar a ter uma vida normal, está completamente equivocado”, defendeu Gabbardo nesta quinta-feira em Porto Alegre.

Gabbardo concedeu entrevista coletiva híbrida na Assembleia Legislativa, onde participa de do seminário “O RS Pós-Pandemia”, promovido pela AL em parceria com o Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers).

Segundo ele, mesmo com metade de população imunizada, a doença só vai passar a ser considerada “comum” de forma gradativa. “Não vai acontecer de uma forma abrupta”, disse Gabbardo. Para ele, mesmo que os reflexos da imunização já estejam sendo sentidos, o nível de transmissibilidade é o que vai definir uma possibilidade de fim da pandemia. “O resultado da vacinação é consequência. Quando nós tivermos em 70%, 75% (de cobertura vacinal), vamos ter um nível de transmissibilidade que vai nos dar conforto para pensar na volta à normalidade”, disse.

A recusa por determinadas vacinas é um empecilho, na opinião do coordenador. Ele lembrou que todos os imunizantes disponíveis tiveram níveis de segurança aprovados pela Anvisa, além de eficácia comprovada. “A vacina é um movimento de coletividade”, declarou.

Integrante da equipe do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, nos primeiros meses da pandemia, Gabbardo ainda avaliou que esse comportamento [de escolher a vacina] é resultado, entre outros aspectos, dos efeitos colaterais causados pela AstraZeneca e o “processo de desmoralização” empregado contra a Coronavac.