O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, discordou da maioria do Supremo e considerou, nesta quarta-feira, que o ex-juiz Sergio Moro não agiu com suspeição no processo do tríplex do Guarujá. Na ação da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu pena de 9 anos e 6 meses de prisão.
“Voto para restabelecer o arquivamento do habeas corpus 164.493 e para afastar do cenário jurídico a declaração descabida de suspeição do juiz Sérgio Moro”, disse.
Marco Aurélio afirmou, ainda, que dizer que a suspeição se baseou em gravações “espúrias” é admitir que “o ato ilícito produz efeitos”. O ministro disse que as conversas entre a Lava Jato e o ex-juiz são “diálogos normais considerados os artífices do Judiciário”.
Juridicamente, a decisão significa, na prática, que o processo recomeça do zero, mas desta vez na Justiça Federal do Distrito Federal. E, politicamente, colabora para liberar o líder petista a disputar as próximas eleições para presidente.