Manifestantes fazem protesto e pedem justiça pela morte de quatro pessoas em Porto Alegre

Quádruplo homicídio ocorreu no último domingo. Cerca de 50 pessoas participaram do protesto, na noite desta sexta-feira, na Avenida Manoel Elias

Durante o protesto, realizado de forma pacífica, o grupo usou camisas com as fotos e os nomes das vítimas | Foto: Mauro Schaefer / CP

Cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares, se reuniram na noite desta sexta-feira, na esquina entre as avenidas Manoel Elias e Protásio Alves, na zona Norte de Porto Alegre, para pedir justiça e protestar contra o policial militar que matou quatro pessoas da mesma família em uma pizzaria, no último domingo, na Capital.

Durante o protesto, realizado de forma pacífica, o grupo usou camisas com as fotos e os nomes das vítimas. Cartazes e faixas com as frases “Justiça por eles”, “Luto” e “Jamais serão esquecidos” marcaram também a manifestação, que teve ainda balões brancos e pretos, e repetidos gritos pedindo justiça.

O advogado da família, Ismael Schmitt, disse que “não é crível a vil tentativa de uma chacina, em um ato de legítima defesa”. Ele lembrou que chegou ao conhecimento da família, que o policial agiu, supostamente, sob efeito de álcool, o que o impedia de estar portando uma arma. “O agente funerário informou que os disparos foram nas mãos e no rosto das vítimas. Que tipo de agressor usa suas mãos para proteger-se?”, questionou o advogado, que afirmou que em breve as autoridades apresentarão um pedido de prisão preventiva ao agressor.

Devido à manifestação, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realizou o bloqueio total no acesso para a avenida Manoel Elias pela Protásio Alves, sentido sul-norte.

Entenda o caso
O crime ocorreu no último domingo, sendo registrado como quádruplo homicídio. O PM havia se desentendido com quatro homens, em outro local. Em imagens do circuito de câmeras da pizzaria, ele aparece correndo para dentro de um banheiro, perseguido pelos homens contra os quais atira, em seguida.

A discussão resultou na morte dos irmãos Cristiano Lucena Terra, de 38 anos, e Christian Lucena Terra, de 33, o sobrinho deles Alexsander Terra Moraes, de 26, e o primo Alisson Corrêa Silva, de 28.

Os corpos foram enterrados na segunda-feira na Capital. A principal linha de investigação, até o momento, é a de legítima defesa. O motivo e as circunstâncias do desentendimento seguem sendo apurados pela Delegacia de Homicídios de Porto Alegre.

Leia mais:

Advogados defendem versões contraditórias em caso de quatro mortos por PM em pizzaria da Capital