Fiocruz alerta que inverno pode agravar a pandemia no país

Segundo boletim, idade média dos casos internados ficou em 52,5 anos, nas últimas semanas, contra 62,3 anteriormente

Foto: Alina Souza/CP

O boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, aponta que o quadro da pandemia no Brasil, que se aproxima de meio milhão de mortes, permanece crítico. De 30 de maio a 12 de junho, houve um pequeno crescimento das taxas de incidência (casos novos) e de mortalidade, com a manutenção de um platô elevado de transmissão da Covid-19. Os pesquisadores advertem que, com a entrada do inverno, há possibilidade de agravamento da pandemia no país nas próximas semanas.

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos, no Sistema Único de Saúde (SUS), sugerem que o quadro geral ainda é preocupante. Dezoito estados e o Distrito Federal atingem taxas de ocupação de pelo menos 80%, sendo que em oito deles as taxas são iguais ou superiores a 90%. Em relação às capitais, 16 delas seguem com taxas de ocupação de pelo menos 80% e nove com taxas iguais ou superiores a 90%.

A análise mostra também que a tendência do rejuvenescimento da pandemia se mantém. A idade média dos casos internados caiu para 52,5 anos nas últimas semanas contra 62,3 anos anteriormente. A mediana de idade nas internações − ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos − passou para 52 anos. Para óbitos, os valores médios baixaram de 71,4 anos para 61,2. Já a mediana de óbitos baixou de 73 anos para 59.

“Possivelmente o cenário atual de rejuvenescimento prosseguirá e poderá perpetuar um cenário obscuro de óbitos altos até que este grupo etário esteja devidamente coberto pela vacina. O padrão de transmissão no país ainda é extremamente crítico”, dizem os pesquisadores.

Segundo os responsáveis pelo estudo, é essencial continuar reforçando a necessidade do uso de máscaras e manter distanciamento físico e social, sempre que possível. “Somente desta forma haverá como conter a disseminação do vírus, enquanto o país não consegue avançar na cobertura vacinal adequada nas faixas etárias mais jovens.”